quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Converter o convertido? Seriam os convertidos, judeus de fato? Por: Yashar David
16:53
Gabriel Designer
Converter o convertido?
Seriam os convertidos, judeus de fato?
Por: Yashar David
O Judaísmo acredita que TODOS os judeus [a alma de todos os judeus, em todos os tempos] estavam presentes no momento em que Moisés apresentou a Torá.
Tão logo, cada judeu, mesmo que esteja fora da religião, é um judeu de fato! Cedo ou tarde, cumprirá a meta da existência da sua alma.
Mas, se um cristão, mulçumano e etc, se converte ao judaísmo, ele não nasceu judeu, como poderia ser considerado um judeu na propriedade da palavra, se todos os judeus estavam presentes no Sinai?
A resposta está no Talmud Shavuot 39
De acordo com o Talmud, as almas de todos os convertidos também estavam presentes no Monte Sinai quando a Torá foi dada (Talmud - Shavuot 39).
Este conceito é derivado de um versículo revelador da Torá.
No último dia da vida de Moisés, ele reuniu todo o povo judeu que tinha andado com ele no deserto.
Lá, D’us, o Sagrado Abençoado Seja, falou a toda a nação de Israel, e disse:
" E não somente convosco selo esta aliança e este juramento; mas com aquele que hoje está aqui em pé conosco perante o SENHOR nosso Deus, e com aquele que hoje não está aqui conosco. Deuteronômio 29:14-15"
Este verso é bastante desconcertante. Podemos entender D’us, o Sagrado Abençoado Seja, dizendo: "Eu selo esta aliança ... com quem está aqui", as pessoas que estão lá “in loc”, são aquelas que eram os errantes no deserto com Moisés. Mas quem é o grupo que D’us, o Sagrado Abençoado Seja, se refere como sendo "quem não está aqui conosco hoje"?
De acordo com o Talmud, "...quem não está aqui conosco hoje", refere-se aos convertidos que se converteriam no futuro. É a partir deste texto que o talmud afirma que a alma de todos os judeus estavam no Sinai (Talmud - Shavuot 39).
Um olhar mais atento sobre esse versículo no original hebraico também irá mostrar algo surpreendente. Se você olhar para a primeira parte da frase "...com quem está aqui", você verá que as letras das quatro ultimas palavras (em hebraico), na verdade soletram a palavra "Yitró", que foi o nome do sogro de Moisés.
Yitró era um converso justo. O fato de que seu nome ser encontrado no versículo "com quem está aqui" também indica que aqueles que se convertem nas gerações futuras também estavam lá naquele dia.
O Talmud, continuando essa idéia de que aquele que converte já tem uma alma judaica dentro dele, usa uma frase muito interessante quando se discute as leis judaicas dos convertidos em potencial.
Está escrito "...um convertido que vem para converter ..." A frase levanta a questão - por que dizer " CONVERTER O CONVERTIDO ..."? Deveria tão somente dizer: "um gentio que vem para se converter!
A razão é porque eles [os convertidos] já têm uma centelha judaica dentro deles. Porque já são judeus, cuja as almas estavam perdidas e que agora precisam apenas ser reunidas ao redil do povo judeu.
Rabi Chaim Atar discute, que o convertido é realmente judeu por dentro, mas foi trocado por algum “anjo desajeitado” enquanto estava descendo. Uma centelha da alma de Avraham que Sara atraiu, como foi discutido pelos místicos.
“Os prosélitos são amados por D’us, a Bíblia usa em todos os lugares a mesma qualificação, tanto para eles como Israel" (Talmud, Gerim 4:03)
Um outro detalhe muito interessante é o fato de que todos os israelitas que chegaram ao Sinai, eram almas judias que ainda não tinham entrado para o pacto feito com Avraham , [eles ainda não tinham sido circuncidados.] A diferença das almas do Sinai, para um convertido hoje, é o simples fato de que elas entraram para o redil judaico a mais de 3 mil anos atrás, enquanto hoje e manhã, algumas dessas almas entrarão para o pacto.
História- O bebado e o Rabino !
16:52
Gabriel Designer
História- O bebado e o Rabino !
Pesquisa, tradução e adaptação:
Yashar David
A seguinte história verídica mostra que o estudo da Torá, sem o equilíbrio da oração e boas obras não é suficiente para servir Hashem:
Era uma vez, um homem conhecido como o Itzick Shicker (o bêbado). Ele passava seus dias deitado nos bancos em volta da sinagoga, em um estado caótico de embriagues.
Quando ele estava consciente, fazia declarações tolas e sem sentido. Todos zombavam dele e nunca o levavam a sério. Na verdade, ninguém nunca o tinha visto orar ou estudar a Torá. Ele era apenas um bêbado inútil e abandonado.
Uma noite fria de inverno, com neve, o rabino da cidade estava estudando a Torá com um grupo de homens no Kollel. De repente, a porta se abriu e um homem vestido em trapos todo coberto de neve correu entusiasmado e exclamou: “Depressa! Venham aqui fora e me ajudem! Eu sou um pobre carroceiro. O meu cavalo, que é o único rendimento que tenho para sustentar a minha família caiu na neve. Por favor, ajude-me a levantar o meu cavalo do chão, caso contrário ele certamente irá morrer e minha família vai morrer de fome!”
O rabino respondeu: "Caro senhor, sua situação é, certamente, muito difícil, mas estamos envolvidos com algo ainda mais importante, o estudo da Torá. Não podemos deixar a nossa aprendizagem. Além disso, está muito frio lá fora.
Só então ouvindo todo aquele desespero, Itzak Shicker, [o bêbado] acordou de sua embriaguez, e de uma forma estranhamente sóbria e séria advertiu o rabino: "Se você não sair para ajudar este homem agora, no futuro, quando você desejar ir a algum lugar por conta própria, você não será capaz.”
Embora todo mundo tenha ficado impressionado com a clareza repentina e o estado de espírito sóbrio do desacreditado “bebum”, eles o repreenderam e o taxaram como louco, nada mais. Assim, o cavalo do homem morreu e ele foi jogado na pobreza mais profunda, na sarjeta.
Algum tempo depois, Itzak, novamente se aproximou do rabino de uma forma muito séria e convidou-lhe para ir à noite à sua casa na periferia da cidade. Pois sabia que estava destinado a morrer naquele dia e queria que o rabino testemunhe-se a sua morte.
Relutante, o rabino concordou, aceitando o estranho convite. Ao encontrar-lhe na casa que era mais parecida com um galinheiro devido ao mau cheiro, o rabino estranhou, Itzak certamente não parecia um homem prestes a morrer. No entanto, disse ao rabino: "À meia-noite, eu vou morrer. Depois que eu morrer, vai até minha caixa no canto da sala, ao abri-lo você vai ver a história da minha vida.
Em segundo lugar, insisto em ser enterrado ao lado de um Tzadik que viveu na geração anterior. Por favor, faça tudo o que eu peço e não me pergunte mais nada.
Ironicamente o rabino respondeu: “É claro! Rindo por dentro, pensou que a coisa toda era um absurdo, que o pobre homem estava apenas bêbado, pois era aparentemente saudável e jamais poderia prever sua própria morte, era ainda mais ridículo ter a audácia de exigir que fosse enterrado ao lado de um Tzadik, era o auge da insanidade.
A meia-noite chegou, e fiel a sua profecia, o bêbado morreu em seu sono, para o choque do rabino. Despertando-se de seu espanto, o rabino abriu o baú e encontrou manuscritos com a letra ltzak, contendo as revelações mais profundas da Torá que ele já tinha visto.
Também encontrou orações lindas e místicas nos manuscritos. De repente, o rabino compreendeu que o Itzak Shicker tinha sido um Tzadik oculto, um dos homens mais santos de sua geração.
Mas não para por aí, para o espanto de todos na cidade, um Tsadik muito sagrado chamado Itzak haTzadik tinha sido sepultado lá com grande honra!
Anos mais tarde, pouco antes do casamento de sua neta, o rabino tinha perdido suas pernas em um acidente e foi incapaz de caminhar sozinho para o casamento.
Ele lembrou que este era o resultado de sua falta de vontade em parar de estudar a Torá, a fim de cumprir a mitsvá de ajudar o comerciante pobre que há tantos anos ele ignorou. Aconteceu tal como o Itzak Tzadik oculto o avisara.
Ele relatou isso para todas as pessoas da cidade que estavam no casamento, e ensinou-lhes a importância do equilíbrio que se deve ter com o tempo, afirmando que devemos realizar boas obras, mesmo em face de sacrificar algum tempo do estudo da Torá. (Sipporay Chabad)
Parashá Vayetze [Gênesis 28:10 a 32:3]-Baseada nos ensino de Rabeinu Nachman ZT''L!!!
16:50
Gabriel Designer
Parashá Vayetze [Gênesis 28:10 a 32:3]
Pesquisa, tradução e adaptação:
Yashar David e Shlomo ben Avraham
RESUMO:
Esta parashá relata-nos o
momento em que Yaacov caminhou de Beer Sheva a Charan, esteve no Monte Moriá
onde dormiu uma noite. Teve um sonho, no qual por uma escada chegava
até ao céu, anjos subiam e desciam. Então apareceu-lhe o Todo Poderoso
prometendo-lhe que essa mesma terra a entregaria à sua descendência, a qual
seria como o pó da terra. Ao despertar-se, Yaacov tomou a pedra que
serviu de almofada e colocou-a como altar ao Eterno. Chamou, então a
esse lugar, Bet El. Assim prometeu que ao regressar à casa de seu pai, daria a
Hashem o dízimo de todos os seus bens.
Yaacov no seu caminho a Charan
encontrou um poço de água e observou três rebanhos de ovelhas em redor do poço
juntos dos pastores. Perguntou-lhes de onde eram e se conheciam
Laban(Labão). Eles disseram-lhe que o conheciam e lhe indicaram que
também aí se encontrava a sua filha Rachel (Raquel) com as suas
ovelhas. Rachel aproximou-se de Yaacov quando este a viu e ele
deu-lhe de beber a ela e às suas ovelhas e apresentou-se como familiar
seu. Ela correu para avisar o seu pai e este deu as boas vindas a
Yaacov e como este estava enamorado de Rachel, Laban impôs-lhe que trabalhasse
para ele durante sete anos para poder casar-se com Rachel. Depois
desses sete anos de trabalho, Yaacov foi enganado por Laban, pois no momento do
casamento trocou Rachel por Leá. Yaacov não só se casou com Leá como
teve de trabalhar mais sete anos para poder casar-se com Rachel.
Leá deu à luz Reúven, Shimón,
Leví e Yehuda. Dado que Rachel era estéril, Yaacov teve filhos com a
sua serva Bilá, da qual nasceram Dan e Naftalí. Também teve filhos com a
serva de Leá, Zilpá e assim nasceram Gad e Asher. Posteriormente, Leá voltou
a ter filhos, nascendo Isachar, Zebulún e Dina. O Eterno escutou as
rezas de Rachel e bendisse-a com o nascimento de Yosef.
Yaacov converteu-se numa
pessoa muito rica. E decidiu que era tempo de afastar-se de Labán e
assim, na sua ausência, tomou as suas esposas, filhos e todos os seus bens e
voltou ao seu lar, à terra de Israel. Mas, Labán ao tomar
conhecimento deste facto, perseguiu-o e alcançou-o nas montanhas de
Guilad. Mas Hashem apareceu-lhe num sonho durante a noite e advertiu-o de
que não tentasse fazer voltar Yaacov a Charán. Não obstante Labán
perguntou-lhe o porquê da sua partida tão repentina e também o acusou de
ter-lhe roubado as sua imagens de idolatria, assunto sobre o qual Yacov não
sabia que tinha sido Raquel que as tinha retirado e fê-lo para evitar que o seu
pai continuasse com essas práticas. Apesar de Labán ter tentado
encontrá-las, não conseguiu.
Yaacov e Labán concordaram
pacificamente e separaram-se. Yaacov continuou a sua viagem e no
caminho encontrou anjos do Todo Poderoso e a esse lugar chamou Machanaim.
Fonte:
http://www.mesilot.org/pt/resumen/vayetze.htm
COMENTÁRIO
BRESLEV DA PARASHÁ
Introdução
"E
os olhos de Lia eram embaciados, enquanto que Raquel era bonita de forma e
bonita na aparência." (Gênesis 29:17)
Muitos judeus devotos se esforçam
para conectar-se a Hashem (D'us, o Sagrado Abençoado Seja), Imergindo no estudo
intensivo da Torá, isso é muito bom.
Hoje podemos aprender sobre
D’us, O Sagrado Abençoado Seja, de muitas maneiras, pois temos muitos livros,
que estão disponíveis para nós, em números crescentes a cada dia. Existem
também grandes Rabanim que estão disponíveis para nos ensinar a Sagrada Torá, e
nós realmente seremos culpados, se não gastarmos nosso tempo indo aos Batei
Midrashim, apoiando Kollelim, aprendendo Mishná, Guemará, Mussar, Halachá, etc.
Cada um de nós deve se
esforçar para contribuir de alguma maneira, com a retificação e com o sustento
do mundo, através do conhecimento [com a prática], boas ações, mitsvot e da
maneira mais surpreendente, que é através da - ORAÇÃO. [nota do editor]
A
negligência espiritual
Por que a maioria dos baalei
teshuvá se empolga no início da caminhada, mas depois que se “familiariza"
com seu aprendizado, já não busca orientação contínua de seu Rav? Será que
acham que "aprenderam" o suficiente acerca da Torá? Por que não
colocam em prática aquilo que aprenderam?
Rabi Nachman salienta a
importância de colocar esse conhecimento em prática por boas ações, e de uma
forma ainda mais surpreendente – através da oração.
Muitos religiosos que colocam
muita ênfase no estudo acadêmico da Torá acham ridículo que o Rabi Nachman
coloque tanta ênfase sobre algo tão etéreo como oração. Alguns argumentam que
"o estudo da Torá" impede um indivíduo de se concentrar em outras
formas de culto, como a oração.
Eles compreendem que o estudo
da Torá é o maior mandamento (mitzvá), o cumprimento deste preceito traz uma
recompensa maior que qualquer outro dos 613 mandamentos contidos na Torá, sendo
assim, eles dedicam todo esforço possível ao estudo.
Por que eles deveriam perder
tempo cumprindo mandamentos que rendem tão pouco e trazem um retorno tão
pequeno ao grande e precioso investimento do seu tempo?
Infelizmente, isso pode
levar a um desequilíbrio terrível. Esta filosofia baseada na lógica e raciocínio,
não reflete os ensinamentos dos sábios e é inerente a essas pessoas que não se
consultam com Tzadikim (santos), que são especialistas espirituais sobre como
conectar-se a Hashem. Toda a Torá é baseada na paz, como o verso diz: "Todos
os seus caminhos [da Torá] são a paz." (Provérbios 3:17) A definição para paz
é o equilíbrio ou compromisso. Isto significa que, para cumprir as diretrizes
da Torá, é preciso equilíbrio, e saber dividir o seu tempo, recursos e energias
entre as várias formas de Avodat Hashem [Serviço para D’us] mencionadas na
Torá.
As três principais formas são
listadas no Talmud:
“Shimon, o Justo, foi
um dos últimos [membros] da Grande Assembleia. Ele costumava dizer: O mundo
apoia-se sobre três coisas [pilares] – o estudo da Torá, o serviço a D’us, e os
atos de bondade [ Talmud Avot 1:2]
O Talmud enfatiza a
necessidade de equilíbrio na nossa adoração a Hashem, está escrito: Ele
[Rebe Elazar ben Azarya] costumava dizer: “A pessoa cuja
sabedoria excede suas [boas] ações, a que ele é comparado? A uma árvore, cujos
galhos são numerosos, porém suas raízes são poucas, e o vento vem, arranca-a e
vira-a de cabeça para baixo, conforme foi dito: E será como árvore solitária em
terra árida e não verá quando chegar o bem; habitará em terra seca no deserto,
em salina inabitável. Mas aquele cujas [boas] ações excedem sua sabedoria, a
que ele é comparado? A uma árvore cujos galhos são poucos mas cujas raízes são
numerosas, de modo que mesmo que viessem todos os ventos do mundo e soprassem
sobre ela, não conseguiriam movê-la de seu lugar; conforme foi dito: E ele será
como uma árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes até a
correnteza, não sentirá a chegada do calor, e sua folhagem será rejuvenescida;
no ano de seca não se preocupará, nem deixará de dar fruto.” [Talmud Avot 3:17]
Mais uma vez, este ensinamento
enfatiza que é impossível ser um verdadeiro servo de Hashem, sem o devido
equilíbrio entre, o estudo da Torá e o desempenho de boas ações - um não pode
existir sem o outro.
Existem inúmeras histórias e
exemplos mencionados no Talmud, pelos maiores sábios de Israel, de abençoada
lembrança, que não só passaram muitas horas em estudo, mas também se dedicaram
na oração e no desempenho de boas ações. Isto é equilíbrio - é assim que atingimos
a grandeza espiritual.
Através
de boas ações, Rabi Akiva salvou uma vida
Um exemplo é o grande sábio,
Rabi Akiva. Ele não só foi considerado um dos maiores sábios do Talmud, famoso
por seu conhecimento, estudo intensivo, grande dedicação e sacrifício para
estudar e ensinar a Torá, como também por desenvolver um caráter integro
bem-educado, cortês, atencioso com os outros e extremamente humilde.
O Talmud relata como ele
desenvolveu e lapidou suas ações:
"Rabi Akiva era
intenso em suas orações... (Talmud: Berachoth 31a) O Talmud também relata que Rabi Akiva
desenvolveu-se praticando boas ações, ignorando sua alta posição,
quando lavou o chão de um aluno gravemente doente. O estudante mais tarde
declarou que ao fazer isso, Rabi Akiva tinha salvado sua vida.”
Foi através de tais serviços
[equilibrados] a Hashem, e não apenas estudando a Torá, que os sábios de Israel
tornaram-se grandes.
É, portanto, lamentável, que
alguns alunos desinformados acreditem que basta ficar envolvido no estudo da
Torá, ignorando a importância das rezas e das boas ações.
Esta atitude pode
eventualmente ser o resultado da ignorância ou da preguiça, motivada pelo
inconsciente - uma desculpa para evitar o excesso de esforço.
Como já mencionamos todas as
histórias e comentários contidos na Torá, nos dão muitos conselhos práticos
sobre como lidar com os problemas que enfrentamos no nosso dia a dia.
Esta semana, Rabi Nachman e seu discípulo Rav Natan, explicam como se
desenrolou o casamento de Yaakov (Jacob) com as filhas de Labão “Lavan” e que
relação tem isso com o nosso serviço a Hashem.
CADA UM DOS PROTAGONISTAS NESTE
EPISÓDIO incorpora um conceito integral NO DESENVOLVIMENTO da nação judaica
Yaakov deixou a casa de seu
pai, fugindo da ira de seu irmão, Esav (Esaú), pois este buscava vingança por
acreditar que Yaakov tinha roubado a primogenitura dele.
Então Yaakov, viajou até a
casa de seu tio Lavan, chegou lá sem um tostão e foi obrigado a trabalhar duro
por 14 anos para ter o direito de se casar com duas filhas de Lavan, Rachel
(Raquel) e Leah. Yaakov também se casou, com outras duas filhas de Lavan
(geradas por suas concubinas), Bilá e Zilpa.
A intenção original de Yaakov
era se casar com Rachel, seu amor verdadeiro, mas foi enganado por Lavan que o
forçou a se casar com a filha mais velha, Leah, em primeiro lugar.
Em última instância, apesar da
grande luta que travou, Yaakov se casou com quatro mulheres, pela providência
Divina. Foram elas que geraram os doze filhos [as 12 tribos].
Rabi Nachman explica que cada
um dos protagonistas neste episódio encarna um conceito integral no
desenvolvimento da nação judaica, uma nação escolhida para dar o exemplo para
cada pessoa no mundo de como servir e ser conectar a Hashem.
Portanto, examinando esses
conceitos e suas inter-relações, compreenderemos os melhores métodos para fazer
a vontade de Hashem e faremos isto com equilíbrio!
A Torá
Escrita, que é relativamente oculta e obscura, É A BASE DA TORÁ ORAL, cujo
objetivo é revelar a APLICAÇÃO do direito pratico
Segundo Rabi Nachman, Yaakov
representa a Torá Escrita (Torá
shebi'chtav), como o versículo diz:"A Torá [a Lei Escrita], que
Moshe (Moisés), nos ordenou, é a herança [e pertence] a congregação de Yaakov
[o homem que era a fonte de sabedoria de muitas das tradições da Lei]."
(Deuteronômio 33:4)
Além disso, a Torá é
she'bi'chtav tem o aspecto espiritual da masculinidade, enquanto Torá sheb'al
peh, a Torá Oral, corresponde ao aspecto espiritual da feminilidade - recebida do
sexo masculino.
Estas energias espirituais se
manifestam no físico da pessoa, especialmente no processo de concepção e
nascimento de uma criança. A criança é concebida de forma oculta e obscura. Não
é facilmente conhecido quem é o pai, mas bastante óbvio quem é a mãe.
Na verdade, poderíamos pensar
que a mulher era a fonte de tudo, quando na verdade, sabemos que é necessária a
parceria entre homem e mulher para criar a vida. Da mesma forma, a Torá
Escrita, que é relativamente oculta e obscura, é a base da Torá Oral, para a
manifestação e aplicação do direito prático.
Para a pessoa ignorante,
parece que a Torá Oral é a fonte de tudo, mas um exame mais minucioso vai
revelar que a Torá Escrita é que influência todo cenário.
Assim,
a Torá Oral "dá à luz" para a Lei prática, através da Torá Escrita.
Rachel, que significa ovelha
(ovelhas) em hebraico representa a Torá Oral. Assim como uma ovelha é
tosquiada, a fim de chegar ao produto final - por exemplo, roupas de lã,
cobertores etc. Assim também é a Torá Oral, analiticamente é “tosquiada” para
revelar a Lei na prática. (I Lekutei MoHaran 12)
LEAH
REPRESENTA a ORAÇÃO e Rachel o estudo da Torá: para atingir todo nosso
POTENCIAL devemos atingir cada aspecto
Leah representa a oração, como
o versículo diz: "E os olhos de Leah eram embaciados." (Gn 29:17) O
Midrash explica que seus olhos estavam embaciados, em virtude de horas e horas
de choro e oração intensa, rezando para que Hashem mudasse sua sorte. Pois ela
sabia que estava destinada a casar-se com o ímpio, Esav.
O Zohar e o Arizal afirmam que
Leah e Rachel refletiam diferentes aspectos da Shechiná, como fazem todas as
mulheres.
[Nota: Rabi Nachman elucida que a Luz de
Hashem é demasiadamente intensa para que tenhamos uma experiência direta.
Portanto, Hashem revela-se a nós através do aspecto da Shechiná que atua como
um filtro para diluir a Luz. Esta é a única maneira que um ser humano pode se
relacionar e conectar-se com Hashem.]
A lua representa a Shechiná,
sua luz é um reflexo e, portanto, mais diluído do que a sua fonte, o Sol. Para
que os judeus (representados por Yaakov) atingissem seu pleno potencial na
conexão com Hashem era importante mesclar-se com cada aspecto da Shechiná, que
é representado por Rachel e Leah, o estudo da Torá (que leva a prática) e a
oração. Um sem o outro cria uma lacuna na nossa conexão com D'us, o Sagrado
Abençoado Seja, deixando a pessoa com a falta de equilíbrio.
NÃO SE
PODE CONECTAR-SE APENAS ATRAVÉS DO ESTUDO DA TORÁ. UMA PESSOA DEVE TAMBÉM
ENVOLVER-SE EM SINCERA ORAÇÃO!
Como mencionamos acima, Yaakov
desejava apenas se casar com Rachel e, portanto, dedicou seu esforço total para
obtê-la trabalhando duro para Lavan.
Alegoricamente, isto se refere
ao fato de que o judeu vai dedicar todo o seu tempo e esforço para estudar a
Torá Oral (obtenção de Rachel) No entanto, é impossível conectar-se totalmente
a Hashem apenas através do estudo da Torá. Uma pessoa deve também envolver-se
profundamente com a oração, a fim de unir com a Shechiná.
De fato, o inverso também é
verdadeiro - não se pode gastar todo o seu tempo em oração, pois o estudo da
Torá é igualmente necessário.
Seria impossível executar
certos aspectos essenciais da oração, sem as informações contidas na Torá Oral.
Rabi Nachman ensinou que, a fim de alcançar o equilíbrio, é preciso acessar os
diferentes aspectos da oração.
Além do padronizado, rezas
encontradas no sidur e feitas três vezes ao dia, deve-se também orar com suas
próprias palavras.
Rabi Nachman sugere que essas
orações pessoais sejam proferidas em reclusão (hidbodedut), na língua em que a
pessoa é mais fluente, expressando seus sentimentos verdadeiros. Além disso,
Rabi Nachman encoraja que uma pessoa “use” o que aprendeu da Torá em suas
palavras de oração (por exemplo, aquele que estuda as Leis de Pessach, poderia
rezar para que Hashem o ajude a cumprir todas as exigências das Leis de Pessach
de forma adequada, com simplicidade e com motivos puros).
Pode-se alcançar os níveis
mais altos e mais profundos de compreensão, da essência interior da Torá, só
através da oração. Uma pessoa deve rezar para pedir a ajuda de D'us, o Sagrado
Abençoado Seja, para compreender a Torá e para que possa praticá-la com pureza
e simplicidade, exclusivamente para fins de dar prazer e honra a Hashem.
Este tipo de oração purifica o
corpo e a mente, permitindo que a pessoa compreenda a essência da Torá.
Segundo Rabi Nachman, foi o
equilíbrio de oração estruturada, [feita com sidur], somado a oração personalizada
[hidbodedut], que tornou possível a todos os grandes Tzadikim (santos)
alcançarem os níveis espirituais impressionantes que eles atingiram.
Mesmo
Yaakov com toda sua sabedoria, só tinha a intenção de casar-se apenas com
Rachel
A necessidade de ter equilíbrio
no serviço de Hashem é um conceito obscuro até mesmo para muitas pessoas
dedicadas a D’us, o Sagrado Abençoado Seja.
Yaakov era um grande sábio,
mas tinha pouca consciência disso. Ele estava sob o mesmo equívoco, que tantos
outros estudiosos da Torá estão. Que o foco principal deve ser apenas o estudo
da Torá, sem dar muito tempo ou atenção para a oração.
Isto é representado pelo fato
de que Yaakov tinha a intenção de se casar apenas com Rachel (a Torá Oral).
O versículo descreve Rachel (a
Torá Oral) da seguinte forma: "Rachel era bonita e de bela
aparência." (Gênesis
29:17)
A sabedoria, beleza e grandeza
da Torá Oral são evidentes e reveladas para todos.
A Sabedoria é amada,
respeitada e muito desejada. Todo mundo persegue a sabedoria, assim como os
homens desejam ter uma bela mulher.
De acordo com o Talmud: "Há
coisas [as orações] que estão no topo do mundo [tem maior importância, acima de
tudo], que, no entanto, as pessoas menosprezam, tratam com desrespeito, como
sendo insignificante" (Talmud:
Berachoth 6b)
Leah representando a oração é
retratada no verso: "Os olhos de Leah eram embaciados [e, portanto, ela foi
considerada, pouco atraente e menos desejável]." (Gênesis 29:17) Este é o
triste estado da oração.
Todo
judeu deve constantemente ORAR PARA NÃO cair nas mãos de ESAV, a má inclinação
A oração é uma coisa muito
escondida, obscura e misteriosa. Ninguém pode compreender plenamente como a
oração funciona. Ela baseia-se principalmente sobre fé, que hoje em dia está
ainda mais ignorada no mundo.
Leah orou incessantemente,
clamando a Hashem para mudar seu destino, que era se casar com Esav. Isto
ensina que todo judeu deve constantemente orar a Hashem para não cair nas mãos
de Esav - a inclinação para o mal, também conhecido como haSatan (o nome
hebraico do anjo da guarda de Esav).
A oração é tão incrível,
misteriosa e incognoscível no mundo físico, que mesmo as pessoas mais devotas
tendem a ignorar e negligenciá-la. Mesmo Yaakov deu no início pouca importância
a grandeza da oração e, portanto, concentrou seus esforços em trabalhar para
Lavan apenas para obter Rachel (a Torá Oral), nunca pretendendo se casar com
Leah (oração).
No entanto, Lavan enganou
Yaakov e trocou Rachel por Leah. Lavan também pensou que Leah (a oração) era
insignificante e que Yaakov não desistiria, sem antes obter o prêmio maior,
Rachel (a Torá).
Todos
estes eventos foram orquestrados por HASHEM devido a interligação da Torá com
oração.
Todos estes eventos foram
orquestrados por Hashem, por causa da interligação da Torá com a oração.
Era necessário que Yaakov se
casa-se com Rachel (Torá), mas também Leah (oração). Só assim ele poderia se
unir a Shechiná. Portanto, ambos casados Yaakov, Rachel e Leah, puderam gerar
as 12 tribos.
Existem 49 letras contidas nos
nomes das 12 tribos de Israel. Esta soma corresponde a 49 portões de
arrependimento, que podem ser acessados através da recitação do livro de
Salmos.
O livro de Salmos nada mais é
que orações baseadas em ensinamentos da Torá, representada pela unificação de
Rachel e Leah.
A
Torah é a FONTE DA FORMULAÇÃO De nossas ORAÇÕES
Yaakov estava bem ciente de
que Lavan era um enganador e estava preparado para qualquer “tramoia” feita por
parte de Lavan. Portanto, ele transmitia sinais secretos para Rachel, para que
ele pudesse facilmente identificá-la em qualquer situação.
Quando Lavan trocou Rachel por
Leah, sob o dossel, Rachel revelou sinais secretos para Yaakov, afim de que ele
não a rejeita-se. Pois Leah ficaria humilhada, envergonhada.
Rachel (Torá) deu sinais a
Yaakov, isto é revelador!
O Talmud [Torá Oral] - tem um
grande volume de informações que fica armazenado na memória humana, que por sua
vez tem dispositivos mnemônicos. Estes sinais são empregados como uma ajuda,
para manter esta vasta quantidade de conhecimento.
Rachel (Torá) estava afinada,
com Leah (oração). Isto simboliza que a Torá é a fonte da formulação das
orações, e que o estudo da Torá, para ser completo, deve ser ligado à oração.
De fato, a Torá Escrita
menciona que Rachel era estéril, até que, o mérito de sua transmissão de sinais
para Yaakov, fazendo com que ele aceita-se Leah, foi lhe dado o poder de dar à
luz um filho santo.
Mais uma vez, simbolicamente,
o estudo da Torá (Rachel) não pode dar fruto se não for entregue e utilizado
como base para a oração (os sinais entregues a Leah).
Assim, Leah era a matriarca da
metade das doze tribos, porque nada pode ser gerado ou alcançado sem oração. A
oração é o meio mais eficaz para ter sucesso em qualquer empreendimento.
O santo Ari diz que o valor
numérico de serva (shifcha) (393, mais 2, “para os dois” equivale a 395), que é
o mesmo valor numérico da palavra Mishná (ensinamentos que são a base da
Torá Oral).
[Nota: Cada letra hebraica tem um valor
numérico. Uma das maneiras de interpretar a Torá, como ensinado por Moshe
(Moisés), é que as palavras que têm os mesmos valores numéricos transmitem uma
essência semelhante e podem ser comparadas]
A comparação de shifchá
[serva] a Mishná, nos ensina que quem aprende a Torá com motivos impuros, como
para tentar invalidar a Torá, é como uma serva que tenta se rebelar contra a
patroa (a Shechiná).
No entanto, aquele que estuda
a Torá no método de Mishná, ou seja, perfurando as nuvens da discórdia e da
incerteza, a fim de determinar a verdadeira Lei, incorpora o profano dentro do
reino de santidade, ou seja, coloca a “serva” em seu devido lugar, subserviente
à patroa (shechiná) - de tal forma que até mesmo a profana serva produz filhos
santos.
Abraão casou com a sua serva,
pois ele tentou incorporar o profano dentro do santo. Ele não foi bem-sucedido
e produzido Ismael.
Yaakov, se casou com
duas servas, foi bem-sucedido e produziu quatro das tribos santas através
destes relacionamentos.
A razão pela qual Yaakov teve
sucesso e Abraão falhou é simples, Yaakov estava fortemente ligado à santidade,
através da oração - a energia espiritual de seu casamento com Leah. Então ele
teve o poder de incorporar totalmente as servas (o lado profano) à santidade.
Quando Adão pecou, tudo na
criação tornou-se misturado com o bem e o mal, incluindo a Torá. Essa é razão
pela qual temos que lutar arduamente para descobrir a verdadeira Torá.
Yaakov ao se casar com as duas
servas nos ensina que há um elemento impuro contido na Torá, um elemento que
pode levar um erudito da Torá a se tornar corrupto - como a serva que se rebela
contra sua senhora.
A até mesmo um elemento impuro
está ligado à oração - isto é, quando um individuo reza para realizar apenas
desejos materiais. Quando a oração está ligada ao estudo da Torá, seus
elementos impuros são incorporados no reino da santidade, como uma serva que se
submete à sua senhora.
Se a
pessoa incorporar O estudo dA Torá em suas orações - ele podeRÁ criar as
unificações MAIS FORTES E MAIS ELEVADAS (yichudim – PRáTICA CABALISTA DE
MEDITAÇÃO) ENTRE O HOMEM E HASHEM.
Uma pessoa deve passar parte
de seu tempo no estudo da Torá e a outra parte na oração. O Midrash revela que
quando Yaakov estava junto com Leah, Rachel dava sinais para Leah.
O comentário do Ari revela que
quando uma pessoa tenta orar (o aspecto de Leah),é uma tentativa de criar uma
unidade entre si e Hashem, similar à unidade de marido e mulher.
Muitas vezes, a tentativa de
oração é frustrada pela ausência de palavras. [como em um casamento que não tem
diálogo] No entanto, se a pessoa recordar suas aulas de Torá e usá-la como base
para formular o seu diálogo com Hashem – [Rachel (Torá) dá sinais para Leah
(oração) - e então é possível criar as unificações mais fortes e mais elevadas
(yichudim) entre o homem e Hashem.
Rabi Nachman muito conclamou
seus seguidores a se engajar na prática da formulação de orações a partir do
estudo da Torá.
Seu principal discípulo, Rav
Natan, escreveu um livro de orações com base nas lições da Torá do Rabi
Nachman, conhecido como Lekutai Tefilot. Contendo mais de 800 páginas, cobrindo
praticamente todas as áreas possíveis das necessidades espirituais e físicas,
Lekutai Tefiloth reúne lindas e inspiradoras orações que podem ajudar o
suplicante sincero a chegar ao portão quinquagésimo da santidade o mais alto de
todos. (Lekutai Halachoth: Orach Chaim: Hilchoth Rosh Chodesh 5.29-32)
“Obra realizada com a permissão de D’us, o Sagrado Abençoado Seja!”
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Fonte:http://judaismovivo.com.br/
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