Parashá Miketz [Livro Bereshit –
Genesis 41:1 a 44:17]
Pesquisa, tradução e
adaptação:
Yashar David e Shlomo ben Avraham
Obs. A Versão corrigida em PDF
será publicada até Quarta-Feira - DIA 21/12 no Site JudaismoVivo.com.br
RESUMO
Passado dois anos longos anos,
após o chefe dos copeiros ter sido libertado, o Faraó sonhou ter visto junto ao
rio, sete vacas magras que devoravam as sete vacas gordas e
robustas.
O Faraó despertou do seu sonho e voltou a
sonhar. Desta vez sete espigas magras comiam sete espigas
cheias de grãos. O Faraó estava perturbado e chamou os
seus conselheiros mas não puderam interpretá-los. Nesse momento o
chefe dos copeiros recordou que Yosef, que estava na prisão, podia interpretar
sonhos.
Assim foi que, sendo trazido perante o faraó, contou o que
tinha ocorrido e que o tinha ouvido acerca dele e do seu poder de interpretação
dos sonhos. Yosef esclareceu o Faraó de que não era a sua sabedoria
a que interpretava os sonhos, senão o Criador que o fazia por seu
intermédio. Então Yosef lhe explicou que os dois sonhos assinalavam
o mesmo e representavam sete anos de prosperidade para a economia egípcia, ao
princípio e posteriormente sete anos de fome.
Yosef recomendou ao Faraó que
nomeasse um funcionário sábio como administrador da terra do Egipto,
explicando-lhe que deveriam armazenar alimentos durante os sete anos de
abundância para logo serem consumidos durante os sete anos de
pobreza. O Faraó aceitou a sugerência e nomeou o próprio Yosef como
administrador dando-lhe o posto de vice rei do Egipto. Vestiu-o com
finas roupas, colocou-lhe o anel real, um colar de ouro e
entregou-lhe o carro do vice rei. Deu-lhe por esposa Asnat, filha de
Potifar. Dela nasceram dois filhos, Menashé e Efráim.
Yosef acumulou em todo o
Egipto grandes quantidades de cereais e logo começaram os sete anos de fome dando
ordens para que se abrissem os depósitos e vendessem aos egípcios os alimentos.
Também em Canaã havia uma
terrível fome o que motivou Yaacov a enviar seus filos ao Egipto para comprar
provisões mas reteve o seu filho menor Benjamim, que ficou em casa por temor a
que lhe acontecesse alguma desgraça.
Chegaram ao Egipto e Yosef
logo os reconheceu ainda que considerando-os como estranhos não se
deu a conhecer como seu irmão. Tratou-os com severidade
acusando-os de serem espiões ao que eles negaram ser.
Assim, eles se apresentaram
mencionando que todos eram de uma família da terra de Canaã, de doze irmãos dos
quais havia desaparecido um deles, que o mais pequeno tinha ficado com seu pai
e que as suas presenças no Egito eram apenas para adquirir alimentos.Yosef
insistiu em que eram espiões e que somente acreditava neles se algum deles
viajasse para trazer perante si o seu irmão menor.
Primeiramente colocou todos os
irmãos na prisão durante três dias e,
posteriormente libertou-os. Entre si os irmãos
lamentavam-se pelo que aconteceu ao seu irmão Yosef e consideraram que tudo o
que estavam a padecer era um castigo Divino pela angústia que lhe fizeram
padecer. Os irmãos falavam em hebraico e desconheciam que Yosef os
compreendia, já que, a este lhe traduziam para o egípcio o que eles
expressavam. Yosef ao ouvir o que diziam seus irmãos não pôde conter-se,
afastou-se e chorou.
Yosef regressou para junto de
seus irmãos e aprisionou Shimon. Ordenou aos seus servidores que em segredo
enchessem com cereais as bolsas de seus irmãos com o dinheiro que tinham
trazido.
Ao regressarem a casa, os
irmãos descobriram que não apenas traziam consigo alimentos, senão também o
dinheiro que tinham levado. Logo contaram a seu pai Yaacov tudo o
que tinha acontecido e este negava-se a enviar o seu filho mais novo
Benjamim ao Egipto.
A fome prosseguia e Yehuda
conseguiu convencer seu pai que lhes permitisse levar com eles Benjamim, no seu
regresso ao Egito.
Chegaram novamente ao Egipto e
foram recebidos por Yosef, que libertou Shimon e novamente
ordenou encher com provisões as bolsas de seus irmãos,
devolvendo o dinheiro. Mas nesta ocasião ordenou que, ademais, pusessem na bolsa
de Benjamim uma taça de prata. Ao tentarem partir de regresso, foram acusados
de terem roubado a taça de Yosef, que perante tal acusação
protestaram aclamando a sua inocência e foram revisados. Ao encontrar-se a taça
na bolsa de Benjamim, rasgaram as suas vestes e Yosef ordenou que fosse retido
e que deixassem os restantes seus irmãos em liberdade para voltar a
casa de seu pai.
Fonte:
http://www.mesilot.org/pt/resumen/miketz.htm
COMENTÁRIO BRESLEV DA PARASHÁ
“Vinham todas as terras
ao Egito, para comprarem de José, porque a fome prevaleceu em todo o mundo.” [Yosef
evitado a fome global]."(Gênesis 41:57)
No fundo, no fundo cada pessoa
deseja ter uma vida espiritual elevada. Cada um da sua maneira, tenta alcançar
esta espiritualidade, geralmente por conta própria sem a orientação de um
orientador mais maduro e habilitado.
É sabido, que toda humanidade
busca de alguma forma, se conectar com Hashem (D'us), trazendo a felicidade
interior, o contentamento e a paz de consciência.
Porém, apesar do desejo de
“serem espirituais”, as pessoas constantemente se frustram com o fato de
esforçar-se muito para servir Hashem, em virtude do pouco tempo e recurso que
possuem. Pois são obrigadas a gastar horas e grande parte do seu precioso tempo
e recurso, com atividades mundanas, para alcançar o sustento pessoal, da
família e até da própria comunidade e etc.
Alguns acreditam que
pelo fato de não ter tempo e o recurso necessário par servir a Hashem, eles se
distanciarão e serão incapazes de se conectar e elevar-se espiritualmente.
Isto é realmente doloroso,
pois estas pessoas, já alcançaram um alto nível espiritual, quando perceberam
que o verdadeiro valor e propósito da existência física, só é alcançado através
da busca espiritual.
Mais teremos que aprender a
lidar com o fato de que quanto mais buscamos espiritualidade, parece não
existir nem tempo, nem recurso suficiente!
Uma pessoa cujo objetivo maior
é crescer espiritualmente, sofrerá muito, em ter que perder tanto tempo e
recurso precioso, com a fisicalidade, isto é, comer, beber, trabalhar, dormir,
relaxar, tomar banho, fazer compras, limpeza, educação dos filhos, tarefas
domésticas, engarrafamento no tráfego etc. Então, como lidar com isto sem cair
na rua da amargura e da frustração?
Tendo
que gastar tanto tempo com atividades triviais, como encontrarei tempo para a
espiritualidade, como será possível agradar a D’us, o Sagrado Abençoado Seja?
O Talmud responde esta
questão, quando Rav Shmuel bar Nachmani disse em nome do Rebe Yochanan;
“No futuro Hashem dirá ... Yitzchak (Isaac), Seus filhos pecaram contra mim.
Então Yitzchak deve responder-lhe ... O quanto eles têm pecado?
Quanto tempo o homem tem em
média de vida? Setenta [anos]! Subtrai então vinte anos, pois até essa idade,
você não será punido [Hashem é muito brando com os jovens, devido a sua
imaturidade], portanto, permanece [ a responsabilidade].
Sobra então 50 anos.
Subtraia agora, 25 anos, que equivale as noites [quando se dorme e não se
comete pecado], portanto, sobra 25 anos.
Agora subtrai doze anos e meio
para orar, comer e suprir suas necessidade... ainda te sobrará doze anos
e meio ...” (Talmud: Shabat 89b)
Voltando a pergunta: “Tendo
que gastar tanto tempo com atividades triviais, como encontrarei tempo para a
espiritualidade, como será possível agradar a D’us, o Sagrado Abençoado Seja?”
As pessoas que são orientadas
pelos sábios da Torá, estão conscientes do seguinte ensinamento:“Rabi Tarfon disse: O tempo passa, [é curto] o
trabalho [para
servir a Hashem e crescer espiritualmente] é
abundante, os operários são preguiçosos,[eles não fazem sua
parte] o salário é
alto, [a
plenitude da vida] o Chefe da casa é exigente.” ([Ele exige que nós cumpramos nossas
tarefas e não aceitará qualquer desculpa esfarrapada] ...Ele
costumava dizer: Não lhe é exigido que complete a tarefa, [desde que você, tenha feito
tudo o possível], mas não é livre para dela escapar. [Você está proibido de
abandonar sua responsabilidade] (Talmud: Avoth 2:17 -18 )
Já que Hashem deseja que o
homem o homem o conheça e se eleve espiritualmente, porque Ele oculta
tanto a Luz da Emunah ]fé]? Porque temos que nos envolver tanto com coisas
materiais?
O famoso Gaon de Vilna, uma
vez se queixou de ter perdido, dois minutos do seu precioso tempo durante
o ano, tempo que poderia ter sido usado para servir Hashem. Ele chorou lágrimas
amargas e elaborou um plano para evitar o desperdício de um segundo sequer.
Da mesma forma, o gigante
espiritual, David Mélech (o Rei David) não podia tolerar qualquer distância
entre ele e Hashem, quando as circunstâncias ficaram fora de seu controle, e
sua alma se viu rodeada pela materialidade, ele disse: "...
minha alma tem sede de Ti, minha carne anseia por Ti em uma terra seca e
cansada [desprovida
de espiritualidade], e [minha alma está] sem
água [alegoria
para Torá ou espiritualidade]" (Salmos 63:1)
Tocando
os mais altos níveis espirituais, mesmo vivendo sobre as densas nuvens da
fisicalidade
Não só distrações externas nos
levam para longe do nosso foco espiritual.
Rabi Nachman ensinou que é
impossível um ser humano, anular-se totalmente e ficar constantemente fundido
com Hashem. Ao tentar fazer isso, ele perderia sua humanidade, e se desviaria
do objetivo da missão da sua alma neste mundo.
Para evitar danos a si
mesmo, é necessário ligar-se a Hashem e afastar-se um pouco [ou seja, elevar-se
a espiritualidade e penetrar na fisicalidade, esta regra também se aplica ao
maiores Tzadkim (justos)]. (I Lekutai MoHaran 65:4)
YOSEF
TEVE que perder um tempo VALIOSO, cuidando das ovelhas de seu pai na juventude
e depois vivendo como escravo e sendo preso.
Quando lemos a biografia dos
homens mais sagrados que já viveram, pensamos que eles desperdiçaram a maior
parte de suas vidas, envolvidos em atividades que usurparam grande parte do
tempo valioso que tinham. Isto parece confrontar com a grandeza espiritual
que alcançaram! Pois como acharam tempo para elevar-se tanto espiritualmente?
Os três santos Patriarcas, por
exemplo, passaram muito tempo cuidando de questões materiais, quando cuidavam
do rebanho, do campo e lidando com todos os tipos de pessoas ímpias.
Yosef (José), o grade
Tzadik, perdeu um tanto tempo valioso, cuidando do rebanhos do seu pai na
juventude, mais tarde, servindo como um escravo, sendo preso e, eventualmente,
se tornando governante do país mais importante da época.
Como Yosef e tantas outras
pessoas santas, encontraram tempo para subir a escada espiritual e alcançar
níveis espirituais tão impressionantes?
Por que eles foram tão bem
sucedidos, enquanto a maioria de nós usa desculpas esfarrapadas para justificar
nosso fracasso espiritual, dizendo não tenho tempo para D'us, pois tenho que
estudar, trabalhar, namorar etc?
Por que eles foram tão bem
sucedidos, enquanto a maioria de nós usa desculpas esfarrapadas para justificar
nosso fracasso espiritual?
Nos parágrafos seguintes,
iremos explorar alguns dos aspectos deste tema vital baseada nos ensinamentos
de Rabi Nachman e seu discípulo Rav Natan de Breslev.
Nós somos capazes de acessar e
manipular os REINOS ESPIRITUAIS ATRAVÉS Das NOSSAS ATIVIDADES FÍSICAS
Antes do pecado de Adão, o
mundo físico estava em um estado de quase perfeição. Isto significa que todas
as coisas materiais que o homem precisava para sustentar sua existência física,
eram facilmente acessíveis.
Não havia necessidade de
cultivar, colher, preparar e cozinhar a própria comida, fazer ou comprar
roupas, trabalhar duro para obter uma moradia - tudo já estava praticamente
pronto como num passe de “mágica”.
Isto dava ao homem a
oportunidade plena de se concentrar em seu avanço espiritual. De honrar e
exaltar a D’us, o Sagrado Abençoado Seja!
Porém o pecado de Adão
danificou todo o universo. Ou seja, o universo passou a reagir como um espelho
físico do espiritual.
Assim, não há um “item”, uma
figura, um ambiente, encontrado neste mundo, que não seja um reflexo da
imperfeição das nossas almas.
Entenda, após o pecado de
Adão, tornou-se necessário que o homem luta-se muito, para reparar os danos
espirituais causados no mundo físico.
Sendo assim, somos capazes de
acessar e manipular os reinos espirituais, através de nossas atividades
físicas, e, portanto, quando reparamos, e investimos tempo e dinheiro para
tornar útil, um item físico, o corrigimos espiritualmente, fazemos Tikun Olam
[Reparação do mundo]!
Agora podemos entender, que
quando gastamos tempo com trabalho duro, investindo parte do precioso tempo e
recurso que temos, com atividades mundanas, para alcançar o sustento pessoal,
da família e até da própria comunidade, trazemos cura e aperfeiçoamos o corpo a
alma e o universo a nossa volta.
Não fazemos isto apenas quando
estamos rezando ou estudando, elevamos a nossa vida, tudo e todos a cada
segundo, através da cada gesto e atitude!
AS
FORÇAS DO MAL se apegaram a cada item FÍSICA NA CRIAÇÃO, ESPECIALMENTE NO
PROCESSO DE FAZER O PÃO
Rav Natan ensina que devido ao
pecado de Adão, as forças do mal se apegaram a cada item físico da criação,
principalmente no processo de fazer o pão.
O pão e grãos em geral é o
principal alimento do homem, sustentando não só o corpo, mas também o
intelecto, mais do que qualquer outro tipo de alimento.
Uma vez que o intelecto é a
única defesa do homem contra o pecado e pode, potencialmente, levar-lhe para
mais perto de Hashem, as forças do mal se ligam fortemente ao pão, que pode
trazer ao intelecto do homem, confusão, pecado e destruição.
Existem dez mandamentos
associados ao processo de fazer pão, por exemplo, não plantar sementes
misturadas, não ter animais diferentes “cangados” ao mesmo arado, cortar o pão
do lado que está mais bem assado, dar bênção sobre o pão com a concentração
adequada etc.
Quando um judeu adere a
estes mandamentos, ele santifica o pão em cada estágio de sua produção,
afugentando as forças do mal e ativando as faíscas santas, que estão sobre o
alimento.
Aderindo as leis da
Torá, através de cada fase do processamento, o alimento é purificado e liberto
das forças do mal, impedindo que o alimento seja prejudicial a saúde mental,
espiritual e física.
Yosef entendia claramente
sobre como extrair o mal do alimento e ainda elevá-lo tanto para o sustento
físico como espiritual.
A CAPA
DE YOSEF é um aspecto da Torá, A LUZ mística da torá CONTÉM muitas cores
diferentes
Ya'akov (Jacó) deu a Yosef um
casaco de muitas cores. Lembre-se, o físico é um reflexo da espiritualidade,
então o presente de Ya'akov, indica
que ele reconheceu o status superior de Yosef. Yaacov viu, que as vestes
espirituais da alma de seu filho, estava limpa e era superior a de seus
outros irmãos.
Além disso, Yaacov transmitia
a Yosef, o conhecimento dos segredos da Torá e do universo, dando acesso a luz
de Hashem, que contém muitas cores diferentes.
Yosef tinha um grande
potencial, no entanto, a princípio era inexplorado. Era preciso agora, através
da experiência, adquirir maturidade, crescimento espiritual.
Os irmãos num ato maligno,
tentaram encobrir de Yaacov, que tinham vendido Yosef a escravidão, eles
mancharam o casaco com a cor do sangue de uma cabra.
Ora, a cor vermelha representa
“aspereza”, juizo (din) que também pode ser sinônimo das forças do mal, que
resulta do pecado, como o versículo diz: "Ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve, ainda que sejam
vermelhos como o carmesim , eles se tornarão brancos como a lã. " (Isaías 1:18)
Ya'akov ao ver o casaco
ensangüentado disse: "uma besta-fera o devorou." (Gênesis 37:33) Os sábios dizem que "besta-fera" refere-se a esposa de Potifar, que
tentou seduzir Yosef.
Rav Natan pergunta: "O
que levou os sábios a associar o casaco ensanguentado à tentação sexual?"
Como mencionamos acima, o
material é um reflexo do espiritual. O casaco ensangüentado, indicava para
Yaacov, que não só a roupa física de Yosef estava suja, mas que as veste
espiritual de Yosef havia sido manchada.
Esse casaco representa a luz,
a santidade de Hashem, ao ser manchada com sangue, os irmãos de Yosef tentaram
manchar a alma do irmão, com a forma mais grave de poluição espiritual - a
imoralidade.
Ya'akov ficou horrorizado ao
pensar que seu santo e precioso filho Yosef tinha sido punido com esta morte
horrível, devido à impureza sexual. Quando a mulher de Potifar tentou seduzir
Yosef, o versículo diz: "E ela agarrou-o [Yosef] pela
sua roupa." (Gênesis
39: 12) isto significa que ela queria sujar suas vestes espirituais, a fim de
enfraquecer sua santidade.
Yosef, no entanto, resistiu à
tentação e fugiu. O versículo diz: "Ele deixou a sua roupa na mão
dela, e fugiu, e foi para fora", isto refere-se ao fato,
de que Yosef não queria a roupa suja, que maculava a alma, que ficou na mão
dela. Ao fazer isto Yosef se despojou de todos os tipos de impureza, e assim,
purificou-se.
Enquanto
a pessoa NÃO é Testada e SUPORTA a PROVA, SEU VESTUÁRIO ESPIRITUAL permanece
LIGADO AO MAL
A partir deste incidente,
podemos aprender que não importa quão grande seja o Tzadik, enquanto ele não
for testado e for capaz de resistir a tentação, as suas vestes espirituais
permaneceram ligadas ao mal.
Quando Yosef permaneceu firme
em face da tentação, ele purificou completamente suas vestes espirituais,
assim, erradicado qualquer desejo pelo pecado ele foi capaz de Refletir
seu status aperfeiçoado, ele se tornou um Tsadik completo. Foi nomeado como uma
espécie de vice-rei, ele recebeu roupas finas, como o versículo diz: "E
ele [o faraó] vestiu [Yosef] com roupas de linho fino, e pôs um colar de ouro
ao redor de seu pescoço.” (Gen.41: 42)
O Zohar diz que quando Yosef
resistiu a tentação e purificou suas vestes espirituais, ele foi capaz de
transmitir essa pureza para o resto dos seus irmãos, com base no verso “...
A todos eles [os irmãos], ele [Yosef] deu a cada homem uma muda de roupa, mas
para Benyamin deu 300 moedas de prata e cinco mudas de roupa"(Gen.45:
22)
Os irmãos de Yosef foram
capazes de unir-se a ele, receberam parte de sua luz espiritual, que lhes
permitiu atingir um grau semelhante de pureza espiritual. Pelo que Yosef disse; “Deus
enviou-me adiante de vós, [o
Tsadik vai à frente] para conservar os vossos sucessores [para gerar os bnei Israel] e
para conservar-vos em vida [sustenta
espiritualmente] por uma grande libertação.” [o tsadik eleva a todos que estão
ligados a ele] Gênesis 45:7
Quando estamos ligados ao
Tsadik, trazemos a santidade e a pureza dele sobre nós.
Yosef deu o seu irmão mais
novo, Benyamin cinco mudas de roupa. Isso indica que o local do Templo futuro
será território Benyamin, onde no dia do Yom Kippur (Dia do Perdão), o Cohen
Gadol ( Sumo-Sacerdote) muda suas vestes cinco vezes, durante o curso de seu
serviço, indicando que a roupa espiritual de todos Israel, será purificados através
do serviço do sumo sacerdote.
Todas
as ocorrências, seja boas ou más, são UM RESULTADO DIRETO DO DECRETO DIVINO
Yosef não condenou seus irmãos
por vendê-lo como escravo, pois ele percebeu que todos os acontecimentos, sejam
bons ou maus, é resultado direto dos decretos de D'us, como o versículo diz:
"E Hashem me enviou... (Gn 44:7, B) Ou seja, o aprimoramento do homem
passa pelo fogo da vontade Divina, não cabe lugar para mágoas e ressentimentos.
Tudo tem um objetivo maior, devemos entender isto!
ROUPAS
espirituais através das energias espirituais PROVENIENTES DA LUZ Das velas de
Chanucá
A história de Yosef é sempre
lida durante o feriado de Chanucá para nos ensinar que devemos purificar nossas
vestes espirituais através das energias espirituais derivadas da luz das velas
de Chanucá como o verso diz: "Em todo o tempo sejam alvas as
tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.” (Eclesiastes
9.8)
O óleo simboliza estudo da
Torá! Quando imergimos a mente no estudo da Torá, permitimos que a luz da Torá,
penetre em nossas mentes, ("nunca
falte o óleo sobre a tua cabeça") Emtão passamos a ter
roupas limpas e brancas.
Os Tsadkim como Yosef, nos
guiarão a aplicar o conhecimento da Torah de um modo prático. (Lekutai
Halachoth: Orach Chaim: Hilchoth BeTzi'as Ha'Pas 5:37-41)
NÃO é
necessário isolar-se para elevar a alma, pois é no dia-a-dia que podemos
crescer espiritualmente, através das coisas cotidianas
A história de Yosef nos ensina
que não é o isolamento e a dedicação exclusiva as coisas espirituais, que nos
farão crescer espiritualmente. Só quando podemos elevar o simples, o trivial,
só quando estamos em contato direto com este mundo é que somos capazes de
crescer espiritualmente.
Só podemos provar nossa
lealdade a D'us no meio das provações e tribulações da vida diária. O
estudo da Torá purifica muito a alma, mas não pode fazer todo trabalho. Se você
não for capaz de colocar em prática o que estudou, se você não resistir as
tentações, terás sido reprovado no teste, e por fim não cumprirá o destino de
sua alma = retificar o mundo.
Como mencionado acima,
mantendo-se firme diante da tentação, nos purificamos completamente, limpamos a
alma de todo resíduo, da sujeira espiritual.
Hashem confia em nós, e nos da
força para lidar com o “mundano”, para restituir as qualidades espirituais
contidas em cada item material. Eliminando o mal associado ao nosso
ambiente e fazendo com que voltem a perfeição!
Portanto, ninguém deve
desanimar com a sensação de estar longe de um ambiente espiritual. Não pense
que você está abandonando o caminho de Hashem, quando for forçado a lidar
apenas com o mundo material, enquanto seu coração e mente, ainda estiverem
ligados a Hashem, mesmo que aparentemente você esteja distante, tendo que se
envolver com aquilo que é mais material, ainda assim você estará em progresso,
lembre-se sempre disto.
“Obra realizada com a permissão de D’us, o Sagrado Abençoado Seja!”
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