Parashá Shemot
[Livro Shemot 1:1 - 6:1]
Pesquisa, tradução e adaptação:
Yashar David e Shlomo ben Avraham
Resumo da Parashá
A parashá Shemot
correspondente ao segundo livro da nossa Torá, Shemot (Êxodo), começa
recordando-nos os nomes dos filhos de Yaacov. A sua descendência foi
fecunda e se multiplicaram.
Um novo Faraó surgiu no Egito
que não conhecia o que Yosef tinha conseguido para o Egipto, temia que o Povo
de Israel se tornasse mais fortes que o povo egípcio e por isso iniciou uma
política opressora até chegara a convertê-los em escravos. Assim
goram obrigados a edificar fortalezas e as cidades de Pitom e Ramsés. Mas os
judeus continuavam a crescer ainda mais. Então o Faraó ordenou às
parteiras hebreias que a todo o varão recém nascido fosse lançado ao
rio Nilo. Mas as parteiras não fizeram o ordenado pelo Faraó,
deixando assim viver os meninos, baixo a desculpa de que as mulheres hebreias
davam à luz antes de elas chegarem.
Dois membros da tribo de Levi,
Amram e Iocheved já eram pais de dois filhos, Miriam e Aaron. Mas
Iochaved, em tempos do decreto do Faraó deu à luz um outro varão, que foi
escondido durante os primeiros três meses de vida e depois colocado dentro de
uma canastra entre os juncos das bordas do rio. A sua irmã Miriam
ficou próximo dela e observou quando à canastra se aproximou a filha do
Faraó. Viu que havia dentro dela um menino e Miriam se aproximou
para oferecer-lhe uma ama para amamentá-lo, ao que
acedeu. Assim Iochaved alimentou e criou o seu próprio
filho. Foi crescendo e depois foi levado ao palácio real onde lhe
deram o nome Moshé, que significa “retirado das águas”.
Já homem, Moshé observou a
opressão e sofrimento dos seus irmãos. Viu como um capataz egípcio golpeava com
força um hebreu. Moshé observou se havia alguém em volta, decidiu
matar o egípcio e enterrou-o na areia. No dia seguinte, viu dois
israelitas discutindo e quis intervir para apaziguá-los, ao que um deles lhe
respondeu se ele os julgaria e mataria como fez ao egípcio. Moshé
compreendeu que se saberia o que tinha acontecido e que deveria
fugir. Fugiu para Midian, chegou a um poço onde ajudou as filhas de
Itró a dar de beber às suas ovelhas. Foi convidado a viver com eles e Itró
às filhas de Itró lhe deu por mulher a sua filha Tzipora. Tiveram
dois filhos, Guershom e Eliezer.
Entretanto, o Faraó tinha falecido
e o seu sucessor continuou oprimindo os hebreus mas agora mais intensiva. Os
judeus pediam ajuda ao Eterno. Hashem recordou o seu Pacto com
Avraham. Entretanto Moshé apascentava as ovelhas do seu sogro Itró,
viu uma sarza que ardia sem consumir-se e o Todopoderoso pela
primeira vez lhe falou e ordenou-lhe que tirasse o seu calçado pois pisava
terra sagrada. Ordenou-lhe ir ao Faraó para libertar o seu Povo, o
que Moshé considerou que ele não era digno dessa missão. Hashem prometeu-lhe
que Ele daria a Sua ajuda Divina. Perante a pergunta de
Moshé que os hebreus lhe tinham perguntado o nome do Eterno, Lhe
respondeu que deveria dizer: ”Eu sou o que sou”. Moshé devia
informar os anciãos sobre a sua aparição e que deviam apresentar-se perante o
Faraó para pedir-lhe que deixasse sair o povo para oferecer sacrifícios ao
Eterno no deserto. Também lhe indicou que o Faraó não os deixaria ir
e que depois Ele estenderia Sua mão para forçar o Faraó a deixar sair o povo.
Moshé duvidou que acreditassem
nele mas o Todopoderoso lhe mostrou o seu poderio transformando a sua vara numa
serpente, lhe indicou pôr a sua mão sobre o seu peito e lhe apareceu lepra mas
logo milagrosamente se sarou. Também o Eterno lhe disse se os
israelitas não acreditassem nele, deveria tomar água do rio Nilo e ao vertê-la
sobre a terra se transformaria em sangue, ao que o Eterno indicou que seu irmão
Aarón seria sue porta voz.
Moshé contou o sucedido a seu
sogro Itró, que lhe respondeu que fosse a tirar seus irmãos do
Egipto. Moshé partiu com a sua família e se encontrou com seu irmão
Aarón no monte Horeb e lhe contou todas as palavras do Eterno e depois os
anciãos acreditaram em Hashem.
Moshé e Aarón foram perante o
Faraó e lhe solicitaram que deixasse sair o povo para oferecer sacrifícios ao
Eterno no deserto mas negou-se perante o pedido e impôs decretos mais duros
para os judeus. A partir desse momento não receberiam palha para
fabricar os tijolos mas deviam continuar a produzir o mesmo
número. Novamente os rogos perante o Faraó foram em
vão. O Todopoderoso assegurou a Moshé que perante a Sua mão forte, o
Faraó finalmente deixaria sair o povo.
Comentário Breslev da
Parashá
"E os filhos de
Israel frutificaram e multiplicaram-se e fizeram-se forte, muito,muito e a
terra se encheu deles." (Êxodo 1:7)
Desde o tempo do primeiro
“judeu”, Avraham [Abraão] até o dia de hoje, os judeus sempre viveram entre as
culturas exóticas que estavam mergulhadas na imoralidade
.
No Egito, Avram estava
preocupado que os egípcios prejudicassem ele e sua esposa, Sarai [seus nomes
foram mais tarde mudados para Avraham e Sarah, por Hashem (D'us)].
Avraham falou: "Eis,
agora eu sei que você é uma mulher bonita... Quando os egípcios a verem eles
vão dizer: 'Esta é a sua esposa, e eles poderão me matar [porque eles são
imorais e vão querer raptá-la para satisfazer seus desejos -Rashi]
"(Gênesis 12:11,12)
A Torá nos adverte sobre o
comportamento imoral dos egípcios e cananeus em muitos versos diferentes,
implicando que os judeus residiam em sociedades que eram bem conhecidos por sua
imoralidade. "segundo as obras [imorais] da terra do Egito, na qual
estivestes [habitando] não fareis, e segundo as obras [imorais da terra
de Canaã onde Eu [Hashem] os levo, não fareis, E não andeis segundo os seus
costumes." (Levítico 18:3).
Ao longo da história os judeus
viveram entre os egípcios, babilônios, persas, gregos, romano etc. Estes
povos eram conhecidos por sua imoralidade e indecência, a maior parte
deles acreditavam que os atos imorais eram uma forma de arte e outros até uma
maneira de se comunicar com seus deuses.
Uma pessoa com valores morais,
não era respeitada nessas sociedades, a menos que ela participasse ou pelo
menos aprovasse as orgias frequentes praticadas por pessoas promiscuas e do
mais baixo nível espiritual.
Em nossos dias, somos
constantemente bombardeados por pornografia e apelos imorais, que mascaram as
praticas mais bizarra e contrarias a natureza humana. Somos atacados todos os
dias! No cinema, na televisão, em livros e revistas que lemos, em quase todos
os cartazes e propaganda, nas ruas e nos balcões de lanchonetes, supermercado,
nos lugares mais inusitados, como consultório médico, repartições públicas, em
qualquer sala de espera. Sempre tem alguma apologia a imoralidade. [Nós não
podemos estimar o dano causado por olhar, ou mesmo estar na presença de tais
materiais - Ed].
Estamos vivendo dias
tenebrosos, quem não segue o comportamento imoral transvestido de tolerância,
opção sexual, “simpatizantes”, “respeito a adversidade” é, taxado de
"mente fechada", preconceituoso, intolerante e perde
espaço junto a sociedade.
No Zohar, Rebe Yitschac ensina
que três pecados afastam a Divina Presença de D'us do mundo:
- Um judeu que tem
relações com uma mulher no seu período de impureza mestrual;
- Que se relacione
amorosamente com um não-judeu;
-Que se relaciona
com um judeu que realiza abortos.
Quando um judeu tem relações
com um não-judeu, ele danifica as faíscas sagradas. Temos que entender que isto
nada tem haver com descriminação racial ou étnica, mas com principio
espirituais.
É sabido que a força
espiritual da luz Hashem é encontrada em todos os seres vivos, porém as
energias sagradas são dadas aos judeus em particular . Quando um judeu se
relaciona com um não-judeu, esta energia é desviada para o reino da impureza e
raramente é regatada. Isso permite que as nações do mundo controle [através da
união-conjugal] os judeus e danifiquem gravemente a sua santidade e conexão com
Hashem, que é a essência de cada alma judia. Tal relação é considerada “imoralidade”
e é equivalente a uma negação total da Torah e da vontade de Hashem [diante do
qual nada está oculto - Ed], o prejuízo é tão fatal, que a pena na Torah é a
extirpação da alma, [D’us não permita!]. Pois nada irrita mais a Hashem
que este tipo de comportamento, uma vez que a decência é o fundamento de
toda a santidade como o verso diz: "... e habitou Israel em Sitim e o povo
começou a cometer atos imorais com as filhas dos moabitas ... E a raiva intensa
de Hashem queimou contra Israel. " (Números: 25:1, 3).
Se alguém tem caído em tal
pecado, ele não deve se desesperar, porém deve deve se arrepender com
sinceridade e repara os danos o mais rápido possível.
Foi o mérito dos judeus que se
mantiveram puros sexualmente, que eles foram resgatados do Egito. (Zohar: Êxodo
p. 3)
Rebe Shimon bar Yochai ensinou
no Zohar que quando Yosef HaTzadik (o santo) se purificou-contra a imoralidade
desenfreada, ele se tornou a personificação do aspecto da santidade conhecido
como "Yesod ", (Fundação da Santidade). O versículo diz: "Se
levantou um novo rei [depois da morte de Yossef] sobre o Egito, que não
conhecia Yosef." (Êxodo: 1:8) o passuk nos diz que, assim que Yosef morreu,
o poder político foi retirado dos judeus e transferido para os egípcios. A
razão disto é que Yosef foi o epítome da pureza sexual.
Enquanto decência moral,
modéstia estão presentes entre os judeus, a Presença Divina repousa sobre eles,
e os judeus podem então viver em paz.
Quando Yosef morreu, o estado
de pureza partiu com ele, e os judeus foram subjugados, e experimentaram a
dureza e a crueldade do exílio egípcio. (Zohar: Êxodo p. 16)
Considerando todos os itens
acima, por que então Hashem sempre permite que os judeus e os justos vivam em
situações em que eles são forçados a confrontar e viver em sociedades que estão
mergulhadas neste mal tão terrível que é a impureza sexual?
Nos parágrafos seguintes,
vamos discutir esse assunto tão importante com base nos conhecimentos de Rabi
Nachman e seu principal discípulo Rav Natan.
* * * * * * * * * * * *
O
QUE É LIVRE ARBÍTRO AFINAL?
A fim de manter o livre
arbítrio no mundo, a santidade deve ser contrabalançada com a impureza.
Portanto, Ya'akov desceu ao Egito com sua família. A Torah diz que era
“setenta alma” [isto mesmo, não é um erro gramatical, a palavra hebraica Nefesh
“alma” não está no plural, isto quer dizer que essas “alma” eram a raiz
de todo povo judeu, que por fim, são apenas Um – povo único.
Numa analise mais profunda
veremos que o número setenta corresponde também a todo lado da santidade, são
70 as faces da Santa Torah. Isto indica uma unidade perfeita entre o povo judeu
a Torah e D’us, o Sagrado Abençoado Seja!
Mas setenta indica também o lado
da impureza, pois se por um lado, eram “70 almas” da raiz santa, ficaram
setenta nações do mundo ligadas ao outro lado. [Nota: Isto não significa que
todas as outras nações do mundo são necessariamente más. Cada nação possui
características boas e ruins. Quando a Torá diz que as nações do mundo são
impuras, isso significa que elas são fortemente ligadas mentalmente e
espiritualmente ao materialismo a fisicalidade, que, por definição, significa
falta de santidade e, portanto, são incapazes de atingir as mesmas alturas
espirituais e proximidade com Hashem como a nação santa de Israel, como o verso
diz:
"E vós [só os
judeus] sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa [ Uma nação
separada de todas as outras nações]." (Êxodo
19:6)
AQUI PODEMOS PARAFRASEAR
DEIXANDO CLARO QUEM É ISRAEL
O Judaísmo acredita que TODOS os judeus estavam enraizadas
nas “70 alma” que desceram com Yaacov ao Egito, tal como todos estavam
presentes no momento em que Moisés apresentou a Torá. [A alma de todos os
judeus, em todos os tempos]
Tão logo, cada judeu, mesmo
que esteja fora da religião, é um judeu de fato! Cedo ou tarde, cumprirá a meta
da existência da sua alma.
Mas, se um cristão,
mulçumano e etc, se converte ao judaísmo, ele não nasceu judeu, como poderia
ser considerado um judeu na propriedade da palavra, se todos os judeus estavam
presentes no Sinai?
A
resposta está no Talmud [Shavuot
39]
De acordo com o Talmud, as
almas de todos os convertidos também estavam presentes no Monte Sinai, quando a
Torá foi dada (Talmud - Shavuot 39).
Este conceito é derivado de um
versículo revelador da Torá.
No último dia da vida de
Moisés, ele reuniu todo o povo judeu que tinha andado com ele no deserto.
Lá, D’us, o Sagrado Abençoado
Seja, falou a toda a nação de Israel, e disse:
"E não somente
convosco selo esta aliança e este juramento; mas com aquele que hoje está aqui
em pé conosco perante o SENHOR nosso Deus, e com aquele que hoje não está aqui
conosco. Deuteronômio 29:14-15"
Este verso é bastante
desconcertante. Podemos entender D’us, o Sagrado Abençoado Seja, dizendo:
"Eu selo esta aliança ... com quem está aqui", as pessoas que estão
lá “in loc”, são aquelas que eram os errantes no deserto com Moisés. Mas
quem é o grupo que D’us, o Sagrado Abençoado Seja, se refere como sendo
"quem não está aqui conosco hoje"?
De acordo com o Talmud,
"...quem não está aqui conosco hoje", refere-se aos convertidos que
se converteriam no futuro. É a partir deste texto que o talmud afirma que a
alma de todos os judeus estavam no Sinai (Talmud - Shavuot 39).
Um olhar mais atento sobre
esse versículo no original hebraico também irá mostrar algo surpreendente. Se
você olhar para a primeira parte da frase "...com quem está aqui",
você verá que as letras das quatro ultimas palavras (em hebraico), na verdade
soletram a palavra "Yitró", que foi o nome do sogro de Moisés.
Yitró era um converso justo. O
fato de que seu nome ser encontrado no versículo "com quem está aqui"
também indica que aqueles que se convertem nas gerações futuras também estavam
lá naquele dia.
O Talmud, continuando essa
idéia de que aquele que converte já tem uma alma judaica dentro dele, usa uma
frase muito interessante quando se discute as leis judaicas dos convertidos em
potencial.
Está escrito "...um
convertido que vem para converter ..." A frase levanta a questão - por que
dizer " CONVERTER O CONVERTIDO ..."? Deveria tão somente dizer:
"um gentio que vem para se converter!
A razão é porque eles [os
convertidos] já têm uma centelha judaica dentro deles. Porque já são judeus,
cuja as almas estavam perdidas e que agora precisam apenas ser reunidas ao redil
do povo judeu.
Rabi Chaim Atar discute, que o
convertido é realmente judeu por dentro, mas foi trocado por algum “anjo
desajeitado” enquanto estava descendo. Uma centelha da alma de Avraham que Sara
atraiu, como foi discutido pelos místicos.
“Os prosélitos são amados por
D’us, a Bíblia usa em todos os lugares a mesma qualificação, tanto para eles
como Israel" (Talmud, Gerim 4:03)
Um outro detalhe muito
interessante é o fato de que todos os israelitas que chegaram ao Sinai, eram
almas judias que ainda não tinham entrado para o pacto feito com Avraham ,
[eles ainda não tinham sido circuncidados.] A diferença das almas do
Sinai, para um convertido hoje, é o simples fato de que elas entraram
para o redil judaico a mais de 3 mil anos atrás, enquanto hoje e manhã algumas
dessas almas entrarão para o pacto.
Associação de um judeu
com um não judeu é uma tragédia
A Torá proíbe explicitamente o
casamento misto:
"E não te
aparentarás com eles: tua filha não darás a seu filho, e sua filha não tomarás
para teu filho, porque ele desviará teu filho de Me seguir, e servirão a outros
deuses, e crescerá a ira do Eterno sobre ti, e Ele te destruirá depressa."
[Devarim 7:3-4]
Este é um ponto delicado, pois
em virtude da diáspora, e da falta de observação religiosa, muitos judeus
acabam se relacionando com não judeus, [que D’us não permita!] Pois quando
judeus têm uma associação íntima, [relações sexuais] com pessoas de outras
nações, que são materialmente enraizadas no mundo, isto é muito prejudicial, porque
o materialismo tem muita força, e puxa o espiritual ao seu nível mais baixo.
[Aqui, a palavra material esta associada com a impureza].
A implicação direta é que
filhos deste tipo de união serão afastados do Judaísmo. Por acaso, esta também
é a fonte bíblica para a lei de descendência materna. Como o versículo declara
"pois ele (i.e., um pai não-judeu) fará teu filho se afastar…" Isso
implica que um filho nascido a uma mãe judia é judeu, ao passo que se um homem
judeu desposa uma mulher não-judia, o filho não é judeu. Assim, no caso de um
judeu casado com uma não-judia, o filho não é judeu, e uma linhagem judaica
ininterrupta até então foi quebrada. Se um homem não-judeu casa-se com uma
judia, os filhos são judeus. No entanto a Torá proíbe explicitamente este tipo
de união, pois "ele desviará teu filho". Por fim, se a Torah ainda
considera a “barriga judia”, desaprova a união mista sobre qualquer
circunstância.
A verdade é que uma mulher
judia que já tenha feito um casamento misto e tido filhos, deve ser encorajada
a dar-lhes uma educação judaica completa. Quando isto não ocorre, o filho
cresce com uma identidade confusa e mesclada; sente-se um
"meio-judeu".
Tecnicamente, isso não existe – ou alguém é 100% judeu ou não é.
Mas alguns fatos contribuirão para aumentar a confusão: Eles celebrarão Chanucá
ou Natal, os dois ou nenhum deles? O filho também recebe um teste de lealdades
mistas. Todas as passagens da vida criam um problema. O filho deve ser
circuncidado, batizado, ambos ou nenhum deles? Casar-se numa sinagoga ou numa
igreja, ser enterrado num cemitério judaico ou cremado? E quais são as chances
de que queira se casar dentro do Judaísmo? Mesmo no caso de uma mãe judia
determinada que deseja casar-se com um não-judeu e criar seu filho como judeu,
quem pode afirmar que o filho desejará desposar uma judia e – o mais importante
– que tipo de exemplo a mãe deu para o filho?
Os filhos aprendem com os
pais. Não podem aprender ética, precisam vê-la sendo praticada. Além
disto, todo mundo deseja pertencer a um grupo – é uma necessidade humana
básica. O casamento misto provoca confusão nos filhos quanto a que grupo eles
realmente pertencem.
ALGUMAS
CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ASSUNTO
Nota:. Extraído do site www.chabad.com.br
Está
nos genes
De forma geral, até o
casamento entre pessoas com o mesmo tipo de educação acarreta um certo risco de
ajustamento e compatibilidade. Mesmo que os dois já se conheçam há algum tempo,
não há garantia sobre seu relacionamento quando se tornarem casados. Porém
quando a educação é totalmente diferente as chances de compatibilidade e
ajustamento são ínfimas, quase inexistentes. Isso ocorre especialmente quando
as diferenças são antagônicas e de natureza hostil, como ficou evidente pelos
pogroms e perseguições aos judeus em todos os países onde viveram nos últimos
2.000 anos. Além disso, a ciência moderna reconhece a natureza hereditária dos
traços de caráter, especialmente aqueles profundamente enraizados no decorrer
das gerações.
O casamento misto pode
resultar, cedo ou tarde, em conflito e infelicidade.
Nenhuma
mudança
Mesmo que um casal esteja
feliz um com o outro, profundamente apaixonado, e tenha decidido se casar
apesar das diferenças religiosas, quem garante que os futuros eventos não
reverterão seus sentimentos? Existem muitos fatores que podem mudar os
sentimentos de uma pessoa.
O Rei Shelomo declara: "Estou
dormindo, mas meu coração está desperto." Um judeu pode estar
dormindo espiritualmente, mas no íntimo seu coração judaico está sempre
desperto e, a certa altura, será despertado. Após anos dentro de um casamento,
onde grande parte se transforma em rotina, a alma e o coração judaicos podem
ser despertados para procurar o significado mais profundo da vida. Pode haver uma
busca pela espiritualidade e redescobrimento das próprias raízes.
Considere o fato de que estes
sentimentos não serão compartilhados pelo cônjuge. Ele não entenderá nem
sentirá as mesmas emoções, e você estará sozinho. Por outro lado, um parceiro
judeu significa uma história compartilhada, e um destino em comum.
Mas dá
certo!
Existe, obviamente, o
argumento de que a porcentagem de casamentos mistos é considerável, e muitos
deles parecem ser duradouros. No entanto, as estatísticas mostram que a porcentagem
de separações e divórcios entre estes casais é muito maior que nos casamentos
entre pessoas da mesma fé. Além disso, muitas pessoas casadas tentam manter a
aparência de um casamento "feliz", com vergonha de confessar o
fracasso e revelar os conflitos e indignidades que ocorrem no lar. Num
casamento misto a sensação de vergonha é ainda maior, sabendo que muitos amigos
avisaram sobre isso, enquanto o casal insistia que com eles seria diferente.
Simplesmente
não está certo
Para ser franco – no sentido
comum da palavra – a pessoa não deveria querer arrastar o outro numa aliança
problemática desde o início. Se existe um verdadeiro amor entre as partes, e
não de maneira egoísta, deve-se deixar passar a possibilidade de prazer imediato
e de curta duração para poupar ao outro este tipo de situação. Deve-se
considerar que os filhos talvez tenham de testemunhar conflitos – ou algo pior
– entre os pais. É necessário enfatizar que a conveniência pessoal, o desejo ou
a gratificação não são justificativas para a pessoa se envolver com algo que
está errado, especialmente envolver outra pessoa – menos ainda a pessoa amada;
ninguém tem o direito de magoar outra pessoa.
Um
casamento judaico
Um casamento judaico é
chamado de Binyan Adei Ad – um edifício duradouro. Para que isto ocorra, tudo
deve estar conectado com as instruções da Torá, chamada Torat Chaim – Torá da
Vida – sendo a fonte da vida eterna no Mundo Vindouro, bem como um verdadeiro
manual que ensina como devemos viver.
Não se trata de simples
analogia. Sem uma fundação sólida, todos os esforços colocados nas paredes,
teto, decorações e tudo o mais serão inúteis. Isso é ainda mais verdadeiro
sobre a estrutura do casamento; se os alicerces são instáveis levando a um
desmoronamento! É por isso que um casamento judaico deve, antes de mais nada,
ser baseado na Torá – uma fundação sólida.
Eu
devo casar-me com uma judia somente porque é judia?
Muitos jovens sentem-se
pressionados pelos pais a procurarem um cônjuge judeu e, embora a escolha seja
mais ampla no mundo não-judaico, eles se sentem obrigados a casar-se com alguém
da comunidade por um senso de dever. Com freqüência perguntam qual a diferença
entre o judeu e o não-judeu – ambos se vestem da mesma maneira, ambos partilham
valores em comum, comem a mesma comida. Se um homem se depara com uma opção
entre duas mulheres, uma judia e a outra não, ele deveria casar-se com a judia
somente porque ela é judia?
A resposta é um
"Sim" ressonante!
Sim, porque ali existe o
potencial para um casamento realmente judaico. Embora no momento não pareça
haver diferença entre a judia e a não-judia, à medida que as pessoas ficam mais
velhas elas amadurecem e mudam. As vicissitudes, conflitos e desafios da vida
puxam a pessoa em todas as direções. Se pelo menos alguém se casar com um
judeu, há algo em comum e um potencial para crescer. A Torá fornece as leis de
Taharat Hamishpachá – Pureza Familiar – que realçam o casamento; a grande
importância de Shalom Bayit – a paz no lar – e como administrar um lar casher.
A importância da chinuch – educação – desde a mais tenra idade. Nenhum
casamento pode ser considerado como algo garantido, mas um homem e sua mulher
devem trabalhar para implementar estas diretrizes e ter sucesso no casamento.
Por fim gostaria de lembrar de
um episódio aparentemente cruel, mas que deve ser levado em consideração;
Lendo no Tanach -
ESDRAS.10:2-3
Observamos que Sacanias filho
de Jeiel, diz a Esdras; “ Nós temos transgredido contra o nosso Deus, casando
com mulheres estrangeiras, dos povos de outras terras, mas, no tocante a isto,
ainda há esperança para Israel, agora pois façamos aliança com o nosso Deus, de
que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do
Senhor e o dos temem ao mandado do nosso Deus; e faça segundo a Lei.”
A
QUEDA DA ALMA E A FALTA DE ELEVAÇÃO ESPIRITUAL
Rabi Nachman ensinou que a
impureza sexual é a mal mais evidente em cada uma das 70 nações do mundo.
Se um judeu deseja atingir um
nível maior de santidade e conhecimento da Torá, ele deve resistir a tentação
da impureza sexual, e da imoralidade sexual que o rodeia.
Rabi Nachman chama isso de
estar mentalmente exilado de todas as 70 nações. Se alguém resiste a tentação,
ele purifica e anula o mal que o mantém em seu nível atual e, ao fazê-lo,
recebe o mérito de compreender os insights espirituais mais profundos, que o
leva ao próximo nível de insights que estão enraizadas nos níveis mais
altos de pureza.
Podemos ver esta verdade
olhando para Moshe, este, o homem mais puro que já viveu, e que foi o escolhido
para ser o único a revelar a Torá e ser chamado de o Rabino de todo Israel,
para todas as gerações. [Rabi Nachman acrescenta que este tipo de tentação está
relacionado a fatores biológicos, tais como certos tipos de sangue encontrados
no baço. Ele enumera várias formas como se pode superar esta tentação, mas isso
está além do escopo desta folha e pode ser encontrado em; I Likutai
Moharan 36.
* * * * * * * * * * * *
ENTENDENDO
O PORQUE O POVO DE ISRAEL FOI ENVIADO AO EGITO
Adam, para expiar seus
pecados, separou-se de sua esposa por 130 anos. Durante este tempo, de acordo
com a Kabalah, os shedim [demônios] o seduziu, fazendo com que sua faíscas
sagradas se espalha-se por todo o mundo. Muitas dessas faíscas
foram atraídos para o Egito, porque a própria terra, na verdade tinha a mesma
energia de impureza que as faíscas. Portanto, uma vez que os judeus herdaram a
missão sagrada de retificar o mundo do pecado de Adão, eles foram escravizados
no Egito, a fim de recuperar faíscas de caídas de Adão.
O plano de Hashem então era
dar a Torá sagrada para os judeus, de modo que primeiro tinham que purificar-se
resistindo a indecência, a imoralidade e falta de modéstia, a fim de
construir uma base santa para merecer a outorga da Torá.
Portanto, era necessário que
os judeus especificamente fossem para a terra do Egito, ao contrário de
qualquer outra terra, porque o Egito era a mais imoral de todas as setenta
nações combinadas
Ao quebrar o poder deste mal maior, a terra espiritualmente
ficaria menos poluída e os judeus seriam capazes de receber a Torah.
Para conhecer a D’us é necessário disciplina e pureza sexual.
Esse entendimento alegórico da história do Egito se aplica em todos os momentos
e a todas as pessoas. (Lekutai Halachoth: Orach Chaim: Hilchoth Pesach 5:1)
* * * * * * * * * * * *
O
SOFRIMENTO NO EXILIO E A LIGAÇÃO ENTRE OS FILHOS DE ISRAEL EO TSADIK
Embora os judeus sofressem
muito no exílio egípcio, eles foram bem sucedidos em resistir a tentação da
imoralidade com a exceção de apenas uma mulher que tinha relações com um
egípcio.
A própria Torá atesta esse
fato nos versos: "E os filhos de Israel
frutificaram e multiplicaram-se e fizeram-se forte, muito, muito e a terra se
encheu deles." (Êxodo
1:7)
Eles [os filhos de Israel]
frutificaram e multiplicaram-se, tornando-se forte... Porque tiraram o poder
espiritual da fonte sagrada de Yosef. Os Israelitas quebraram assim o poder da
imoralidade do Egito resistindo a tentação sexual. Ou seja, em união com a
força emanante do Tsadik eles saíram do exílio.
* * * * * * * * * * * *
“Obra realizada com a permissão de D’us, o Sagrado Abençoado Seja!”
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