quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Parashá Shemot [Livro Shemot 1:1 - 6:1]!!! Baseada nos ensinos de Rabeinu Nachman!!!

Parashá Shemot
[Livro Shemot 1:1 - 6:1]

Pesquisa, tradução e adaptação: 
Yashar David e Shlomo ben Avraham

Resumo da Parashá

A parashá Shemot correspondente ao segundo livro da nossa Torá, Shemot (Êxodo), começa recordando-nos os nomes dos filhos de Yaacov.  A sua descendência foi fecunda e se multiplicaram. 

Um novo Faraó surgiu no Egito que não conhecia o que Yosef tinha conseguido para o Egipto, temia que o Povo de Israel se tornasse mais fortes que o povo egípcio e por isso iniciou uma política opressora até chegara a convertê-los em escravos.  Assim goram obrigados a edificar fortalezas e as cidades de Pitom e Ramsés. Mas os judeus continuavam a crescer ainda mais.  Então o Faraó ordenou às parteiras hebreias que a  todo o varão recém nascido fosse lançado ao rio Nilo.  Mas as parteiras não fizeram o ordenado pelo Faraó, deixando assim viver os meninos, baixo a desculpa de que as mulheres hebreias davam à luz antes de elas chegarem. 
Dois membros da tribo de Levi, Amram e Iocheved já eram pais de dois filhos, Miriam e Aaron.  Mas Iochaved, em tempos do decreto do Faraó deu à luz um outro varão, que foi escondido durante os primeiros três meses de vida e depois colocado dentro de uma canastra entre os juncos das bordas do rio.  A sua irmã Miriam ficou próximo dela e observou quando à canastra se aproximou a filha do Faraó.  Viu que havia dentro dela um menino e Miriam se aproximou para oferecer-lhe uma ama para amamentá-lo, ao que acedeu.  Assim Iochaved alimentou e criou o seu próprio filho.  Foi crescendo e depois foi levado ao palácio real onde lhe deram o nome Moshé, que significa “retirado das águas”.

Já homem, Moshé observou a opressão e sofrimento dos seus irmãos. Viu como um capataz egípcio golpeava com força um hebreu.  Moshé observou se havia alguém em volta, decidiu matar o egípcio e enterrou-o na areia.  No dia seguinte, viu dois israelitas discutindo e quis intervir para apaziguá-los, ao que um deles lhe respondeu se ele os julgaria e mataria como fez ao egípcio.  Moshé compreendeu que se saberia o que tinha acontecido e que deveria fugir.  Fugiu para Midian, chegou a um poço onde ajudou as filhas de Itró a dar de beber às suas ovelhas. Foi convidado a viver com eles e Itró às filhas de Itró lhe deu por mulher a sua filha Tzipora.  Tiveram dois filhos, Guershom e Eliezer.

Entretanto, o Faraó tinha falecido e o seu sucessor continuou oprimindo os hebreus mas agora mais intensiva. Os judeus pediam ajuda ao Eterno. Hashem recordou o seu Pacto com Avraham.  Entretanto Moshé apascentava as ovelhas do seu sogro Itró, viu uma sarza que ardia sem consumir-se  e o Todopoderoso pela primeira vez lhe falou e ordenou-lhe que tirasse o seu calçado pois pisava terra sagrada.  Ordenou-lhe ir ao Faraó para libertar o seu Povo, o que Moshé considerou que ele não era digno dessa missão.  Hashem prometeu-lhe que Ele daria a Sua ajuda Divina.  Perante a pergunta de Moshé  que os hebreus lhe tinham perguntado o nome do Eterno, Lhe respondeu que deveria dizer: ”Eu sou o que sou”.  Moshé devia informar os anciãos sobre a sua aparição e que deviam apresentar-se perante o Faraó para pedir-lhe que deixasse sair o povo para oferecer sacrifícios ao Eterno no deserto.  Também lhe indicou que o Faraó não os deixaria ir e que depois Ele estenderia Sua mão para forçar o Faraó a deixar sair o povo.
Moshé duvidou que acreditassem nele mas o Todopoderoso lhe mostrou o seu poderio transformando a sua vara numa serpente, lhe indicou pôr a sua mão sobre o seu peito e lhe apareceu lepra mas logo milagrosamente se sarou.  Também o Eterno lhe disse se os israelitas não acreditassem nele, deveria tomar água do rio Nilo e ao vertê-la sobre a terra se transformaria em sangue, ao que o Eterno indicou que seu irmão Aarón seria sue porta voz.

Moshé contou o sucedido a seu sogro Itró, que lhe respondeu que fosse  a tirar seus irmãos do Egipto.  Moshé partiu com a sua família e se encontrou com seu irmão Aarón no monte Horeb e lhe contou todas as palavras do Eterno e depois os anciãos acreditaram em Hashem.

Moshé e Aarón foram perante o Faraó e lhe solicitaram que deixasse sair o povo para oferecer sacrifícios ao Eterno no deserto mas negou-se perante o pedido e impôs decretos mais duros para os judeus.  A partir desse momento não receberiam palha para fabricar os tijolos mas deviam continuar a produzir o mesmo número.  Novamente os rogos perante o Faraó foram em vão.  O Todopoderoso assegurou a Moshé que perante a Sua mão forte, o Faraó finalmente deixaria sair o povo.

Comentário Breslev da Parashá 

"E os filhos de Israel frutificaram e multiplicaram-se e fizeram-se forte, muito,muito e a terra se encheu deles." (Êxodo 1:7)

Desde o tempo do primeiro “judeu”, Avraham [Abraão] até o dia de hoje, os judeus sempre viveram entre as culturas exóticas que estavam mergulhadas na imoralidade
.
No Egito, Avram estava preocupado que os egípcios prejudicassem ele e sua esposa, Sarai [seus nomes foram mais tarde mudados para Avraham e Sarah, por Hashem (D'us)].

Avraham falou: "Eis, agora eu sei que você é uma mulher bonita... Quando os egípcios a verem eles vão dizer: 'Esta é a sua esposa, e eles poderão me matar [porque eles são imorais e vão querer raptá-la para satisfazer seus desejos -Rashi] "(Gênesis 12:11,12)
A Torá nos adverte sobre o comportamento imoral dos egípcios e cananeus em muitos versos diferentes, implicando que os judeus residiam em sociedades que eram bem conhecidos por sua imoralidade. "segundo as obras [imorais] da terra do Egito, na qual estivestes [habitando] não  fareis, e segundo as obras [imorais da terra de Canaã onde Eu [Hashem] os levo, não fareis, E não andeis segundo os seus costumes." (Levítico 18:3).

Ao longo da história os judeus viveram entre os egípcios,  babilônios, persas, gregos, romano etc. Estes povos eram conhecidos por sua  imoralidade e indecência, a maior parte deles acreditavam que os atos imorais eram uma forma de arte e outros até uma maneira de se comunicar com seus deuses.

Uma pessoa com valores morais, não era respeitada nessas sociedades, a menos que ela participasse ou pelo menos aprovasse as orgias frequentes praticadas por pessoas promiscuas e do mais baixo nível espiritual.

Em nossos dias, somos constantemente bombardeados por pornografia e apelos imorais, que mascaram as praticas mais bizarra e contrarias a natureza humana. Somos atacados todos os dias! No cinema, na televisão, em livros e revistas que lemos, em quase todos os cartazes e propaganda, nas ruas e nos balcões de lanchonetes, supermercado, nos lugares mais inusitados, como consultório médico, repartições públicas, em qualquer sala de espera. Sempre tem alguma apologia a imoralidade. [Nós não podemos estimar o dano causado por olhar, ou mesmo estar na presença de tais materiais - Ed].  

Estamos vivendo dias tenebrosos, quem não segue o comportamento imoral transvestido de tolerância, opção sexual, “simpatizantes”, “respeito a adversidade” é, taxado de "mente fechada",  preconceituoso, intolerante  e perde espaço junto a sociedade.

No Zohar, Rebe Yitschac ensina que três pecados afastam a Divina Presença de D'us do mundo:
- Um judeu que tem relações com uma mulher no seu período de impureza mestrual;
- Que se relacione amorosamente com um não-judeu;
-Que se relaciona com  um judeu que realiza abortos.
Quando um judeu tem relações com um não-judeu, ele danifica as faíscas sagradas. Temos que entender que isto nada tem haver com descriminação racial ou étnica, mas com principio espirituais.

É sabido que a força espiritual da luz Hashem é encontrada em todos os seres vivos, porém  as energias sagradas são dadas  aos judeus em particular . Quando um judeu se relaciona com um não-judeu, esta energia é desviada para o reino da impureza e raramente é regatada. Isso permite que as nações do mundo controle [através da união-conjugal] os judeus e danifiquem gravemente a sua santidade e conexão com Hashem, que é a essência de cada alma judia. Tal relação é considerada “imoralidade” e é equivalente a uma negação total da Torah e da vontade de Hashem [diante do qual nada está oculto - Ed], o prejuízo é tão fatal, que a pena na Torah é a extirpação da alma, [D’us não permita!].  Pois nada irrita mais a Hashem que  este tipo de comportamento, uma vez que a decência é o fundamento de toda a santidade como o verso diz: "... e habitou Israel em Sitim e o povo começou a cometer atos imorais com as filhas dos moabitas ... E a raiva intensa de Hashem queimou contra Israel. " (Números: 25:1, 3).

Se alguém tem caído em tal pecado, ele não deve se desesperar, porém deve deve se arrepender  com sinceridade e repara os danos o mais rápido possível.

Foi o mérito dos judeus que se mantiveram puros sexualmente, que eles foram resgatados do Egito. (Zohar: Êxodo p. 3)
Rebe Shimon bar Yochai ensinou no Zohar que quando Yosef HaTzadik (o santo) se purificou-contra a imoralidade desenfreada, ele se tornou a personificação do aspecto da santidade conhecido como "Yesod ", (Fundação da Santidade). O versículo diz: "Se levantou um novo rei [depois da morte de Yossef] sobre o Egito, que não conhecia Yosef." (Êxodo: 1:8) o passuk nos diz que, assim que Yosef morreu, o poder político foi retirado dos judeus e transferido para os egípcios. A razão disto é que Yosef foi o epítome da pureza sexual.
Enquanto decência moral, modéstia estão presentes entre os judeus, a Presença Divina repousa sobre eles, e os judeus podem então viver em paz.

Quando Yosef morreu, o estado de pureza partiu com ele, e os judeus foram subjugados, e experimentaram a dureza e a crueldade do exílio egípcio. (Zohar: Êxodo p. 16)

Considerando todos os itens acima, por que então Hashem sempre permite que os judeus e os justos vivam em situações em que eles são forçados a confrontar e viver em sociedades que estão mergulhadas neste mal tão terrível  que  é a impureza sexual?
Nos parágrafos seguintes, vamos discutir esse assunto tão importante com base nos conhecimentos de Rabi Nachman e seu principal discípulo Rav Natan.

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 O QUE É LIVRE ARBÍTRO AFINAL?

A fim de manter o livre arbítrio no mundo, a santidade deve ser contrabalançada com a impureza. Portanto, Ya'akov desceu ao Egito com sua família.  A Torah diz que era “setenta alma” [isto mesmo, não é um erro gramatical, a palavra hebraica Nefesh “alma” não está no plural, isto quer dizer que essas “alma” eram a raiz  de todo povo judeu, que por fim, são apenas Um – povo único.
Numa analise mais profunda veremos que o número setenta corresponde também a todo lado da santidade, são 70 as faces da Santa Torah. Isto indica uma unidade perfeita entre o povo judeu a Torah e D’us, o Sagrado Abençoado Seja!

Mas setenta indica também o lado da impureza, pois se por um lado, eram “70 almas” da raiz  santa, ficaram setenta nações do mundo ligadas ao outro lado. [Nota: Isto não significa que todas as outras nações do mundo são necessariamente más. Cada nação possui características boas e ruins. Quando a Torá diz que as nações do mundo são impuras, isso significa que elas são fortemente ligadas mentalmente e espiritualmente ao materialismo a fisicalidade, que, por definição, significa falta de santidade e, portanto, são incapazes de atingir as mesmas alturas espirituais e proximidade com Hashem como a nação santa de Israel, como o verso diz:
"E vós [só os judeus] sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa [ Uma nação separada de todas as outras nações]." (Êxodo 19:6)

AQUI PODEMOS PARAFRASEAR DEIXANDO CLARO QUEM É ISRAEL

O Judaísmo acredita que TODOS os judeus estavam enraizadas nas “70 alma” que desceram com Yaacov ao Egito, tal como todos estavam presentes no momento em que Moisés apresentou a Torá. [A alma de todos os judeus, em todos os tempos]
Tão logo, cada judeu, mesmo que esteja fora da religião, é um judeu de fato! Cedo ou tarde, cumprirá a meta da existência da sua alma.

 Mas, se um cristão, mulçumano e etc, se converte ao judaísmo, ele não nasceu judeu, como poderia ser considerado um judeu na propriedade da palavra, se todos os judeus estavam presentes no Sinai?

A resposta está no Talmud [Shavuot 39]
De acordo com o Talmud, as almas de todos os convertidos também estavam presentes no Monte Sinai, quando a Torá foi dada (Talmud - Shavuot 39).
Este conceito é derivado de um versículo revelador da Torá.
No último dia da vida de Moisés, ele reuniu todo o povo judeu que tinha andado com ele no deserto.

Lá, D’us, o Sagrado Abençoado Seja, falou a toda a nação de Israel, e disse:
"E não somente convosco selo esta aliança e este juramento; mas com aquele que hoje está aqui em pé conosco perante o SENHOR nosso Deus, e com aquele que hoje não está aqui conosco.  Deuteronômio 29:14-15"

Este verso é bastante desconcertante. Podemos entender D’us, o Sagrado Abençoado Seja,  dizendo: "Eu selo esta aliança ... com quem está aqui", as pessoas que estão lá “in loc”,  são aquelas que eram os errantes no deserto com Moisés. Mas quem é o grupo que D’us, o Sagrado Abençoado Seja, se refere como sendo "quem não está aqui conosco hoje"?

De acordo com o Talmud, "...quem não está aqui conosco hoje", refere-se aos convertidos que se converteriam no futuro. É a partir deste texto que o talmud afirma que a alma de todos os judeus estavam  no Sinai (Talmud - Shavuot 39).

Um olhar mais atento sobre esse versículo no original hebraico também irá mostrar algo surpreendente. Se você olhar para a primeira parte da frase "...com quem está aqui", você verá que as letras das quatro ultimas palavras (em hebraico), na verdade soletram a palavra "Yitró", que foi o nome do sogro de Moisés.

Yitró era um converso justo. O fato de que seu nome ser encontrado no versículo "com quem está aqui" também indica que aqueles que se convertem nas gerações futuras também estavam lá naquele dia.

O Talmud, continuando essa idéia de que aquele que converte já tem uma alma judaica dentro dele, usa uma frase muito interessante quando se discute as leis judaicas dos convertidos em potencial.

 Está escrito "...um convertido que vem para converter ..." A frase levanta a questão - por que dizer " CONVERTER O CONVERTIDO ..."?  Deveria tão somente dizer: "um gentio que vem para se converter!
A razão é porque eles [os convertidos] já têm uma centelha judaica dentro deles. Porque já são judeus, cuja as almas estavam perdidas e que agora precisam apenas ser reunidas ao redil do povo judeu.

Rabi Chaim Atar discute, que o convertido é realmente judeu por dentro, mas foi trocado por algum “anjo desajeitado” enquanto estava descendo. Uma centelha da alma de Avraham que Sara atraiu, como foi discutido pelos místicos.

“Os prosélitos são amados por D’us, a Bíblia usa em todos os lugares a mesma qualificação, tanto para eles como Israel" (Talmud, Gerim 4:03)

Um outro detalhe muito interessante é o fato de que todos os israelitas que chegaram ao Sinai, eram almas judias que ainda não tinham entrado para o pacto feito com Avraham , [eles ainda não tinham sido circuncidados.]  A diferença das almas do Sinai,  para um convertido hoje, é o simples fato de que elas entraram para o redil judaico a mais de 3 mil anos atrás, enquanto hoje e manhã algumas dessas almas entrarão para o pacto.

Associação de um judeu com um não judeu é uma tragédia

A Torá proíbe explicitamente o casamento misto:


"E não te aparentarás com eles: tua filha não darás a seu filho, e sua filha não tomarás para teu filho, porque ele desviará teu filho de Me seguir, e servirão a outros deuses, e crescerá a ira do Eterno sobre ti, e Ele te destruirá depressa."  [Devarim 7:3-4]      

Este é um ponto delicado, pois em virtude da diáspora, e da falta de observação religiosa, muitos judeus acabam se relacionando com não judeus, [que D’us não permita!] Pois quando judeus têm uma associação íntima, [relações sexuais] com pessoas de outras nações, que são materialmente enraizadas no mundo, isto é muito prejudicial, porque o materialismo tem muita força, e puxa o espiritual ao seu nível mais baixo. [Aqui, a palavra material esta associada com a impureza].

A implicação direta é que filhos deste tipo de união serão afastados do Judaísmo. Por acaso, esta também é a fonte bíblica para a lei de descendência materna. Como o versículo declara "pois ele (i.e., um pai não-judeu) fará teu filho se afastar…" Isso implica que um filho nascido a uma mãe judia é judeu, ao passo que se um homem judeu desposa uma mulher não-judia, o filho não é judeu. Assim, no caso de um judeu casado com uma não-judia, o filho não é judeu, e uma linhagem judaica ininterrupta até então foi quebrada. Se um homem não-judeu casa-se com uma judia, os filhos são judeus. No entanto a Torá proíbe explicitamente este tipo de união, pois "ele desviará teu filho". Por fim, se a Torah ainda considera a “barriga judia”, desaprova a união mista sobre qualquer circunstância.

A verdade é que uma mulher judia que já tenha feito um casamento misto e tido filhos, deve ser encorajada a dar-lhes uma educação judaica completa. Quando isto não ocorre, o filho cresce com uma identidade confusa e mesclada; sente-se um "meio-judeu".

Tecnicamente, isso não existe – ou alguém é 100% judeu ou não é. Mas alguns fatos contribuirão para aumentar a confusão: Eles celebrarão Chanucá ou Natal, os dois ou nenhum deles? O filho também recebe um teste de lealdades mistas. Todas as passagens da vida criam um problema. O filho deve ser circuncidado, batizado, ambos ou nenhum deles? Casar-se numa sinagoga ou numa igreja, ser enterrado num cemitério judaico ou cremado? E quais são as chances de que queira se casar dentro do Judaísmo? Mesmo no caso de uma mãe judia determinada que deseja casar-se com um não-judeu e criar seu filho como judeu, quem pode afirmar que o filho desejará desposar uma judia e – o mais importante – que tipo de exemplo a mãe deu para o filho?

Os filhos aprendem com os pais. Não podem aprender ética, precisam vê-la sendo praticada.  Além disto, todo mundo deseja pertencer a um grupo – é uma necessidade humana básica. O casamento misto provoca confusão nos filhos quanto a que grupo eles realmente pertencem.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE ESTE ASSUNTO

Nota:. Extraído do site www.chabad.com.br


Está nos genes

De forma geral, até o casamento entre pessoas com o mesmo tipo de educação acarreta um certo risco de ajustamento e compatibilidade. Mesmo que os dois já se conheçam há algum tempo, não há garantia sobre seu relacionamento quando se tornarem casados. Porém quando a educação é totalmente diferente as chances de compatibilidade e ajustamento são ínfimas, quase inexistentes. Isso ocorre especialmente quando as diferenças são antagônicas e de natureza hostil, como ficou evidente pelos pogroms e perseguições aos judeus em todos os países onde viveram nos últimos 2.000 anos. Além disso, a ciência moderna reconhece a natureza hereditária dos traços de caráter, especialmente aqueles profundamente enraizados no decorrer das gerações.
O casamento misto pode resultar, cedo ou tarde, em conflito e infelicidade. 

Nenhuma mudança

Mesmo que um casal esteja feliz um com o outro, profundamente apaixonado, e tenha decidido se casar apesar das diferenças religiosas, quem garante que os futuros eventos não reverterão seus sentimentos? Existem muitos fatores que podem mudar os sentimentos de uma pessoa.

O Rei Shelomo declara: "Estou dormindo, mas meu coração está desperto." Um judeu pode estar dormindo espiritualmente, mas no íntimo seu coração judaico está sempre desperto e, a certa altura, será despertado. Após anos dentro de um casamento, onde grande parte se transforma em rotina, a alma e o coração judaicos podem ser despertados para procurar o significado mais profundo da vida. Pode haver uma busca pela espiritualidade e redescobrimento das próprias raízes.

Considere o fato de que estes sentimentos não serão compartilhados pelo cônjuge. Ele não entenderá nem sentirá as mesmas emoções, e você estará sozinho. Por outro lado, um parceiro judeu significa uma história compartilhada, e um destino em comum.

Mas dá certo!

 Existe, obviamente, o argumento de que a porcentagem de casamentos mistos é considerável, e muitos deles parecem ser duradouros. No entanto, as estatísticas mostram que a porcentagem de separações e divórcios entre estes casais é muito maior que nos casamentos entre pessoas da mesma fé. Além disso, muitas pessoas casadas tentam manter a aparência de um casamento "feliz", com vergonha de confessar o fracasso e revelar os conflitos e indignidades que ocorrem no lar. Num casamento misto a sensação de vergonha é ainda maior, sabendo que muitos amigos avisaram sobre isso, enquanto o casal insistia que com eles seria diferente.

Simplesmente não está certo

Para ser franco – no sentido comum da palavra – a pessoa não deveria querer arrastar o outro numa aliança problemática desde o início. Se existe um verdadeiro amor entre as partes, e não de maneira egoísta, deve-se deixar passar a possibilidade de prazer imediato e de curta duração para poupar ao outro este tipo de situação. Deve-se considerar que os filhos talvez tenham de testemunhar conflitos – ou algo pior – entre os pais. É necessário enfatizar que a conveniência pessoal, o desejo ou a gratificação não são justificativas para a pessoa se envolver com algo que está errado, especialmente envolver outra pessoa – menos ainda a pessoa amada; ninguém tem o direito de magoar outra pessoa.

Um casamento judaico

 Um casamento judaico é chamado de Binyan Adei Ad – um edifício duradouro. Para que isto ocorra, tudo deve estar conectado com as instruções da Torá, chamada Torat Chaim – Torá da Vida – sendo a fonte da vida eterna no Mundo Vindouro, bem como um verdadeiro manual que ensina como devemos viver.

Não se trata de simples analogia. Sem uma fundação sólida, todos os esforços colocados nas paredes, teto, decorações e tudo o mais serão inúteis. Isso é ainda mais verdadeiro sobre a estrutura do casamento; se os alicerces são instáveis levando a um desmoronamento! É por isso que um casamento judaico deve, antes de mais nada, ser baseado na Torá – uma fundação sólida.

Eu devo casar-me com uma judia somente porque é judia?

Muitos jovens sentem-se pressionados pelos pais a procurarem um cônjuge judeu e, embora a escolha seja mais ampla no mundo não-judaico, eles se sentem obrigados a casar-se com alguém da comunidade por um senso de dever. Com freqüência perguntam qual a diferença entre o judeu e o não-judeu – ambos se vestem da mesma maneira, ambos partilham valores em comum, comem a mesma comida. Se um homem se depara com uma opção entre duas mulheres, uma judia e a outra não, ele deveria casar-se com a judia somente porque ela é judia?

A resposta é um "Sim" ressonante! 

Sim, porque ali existe o potencial para um casamento realmente judaico. Embora no momento não pareça haver diferença entre a judia e a não-judia, à medida que as pessoas ficam mais velhas elas amadurecem e mudam. As vicissitudes, conflitos e desafios da vida puxam a pessoa em todas as direções. Se pelo menos alguém se casar com um judeu, há algo em comum e um potencial para crescer. A Torá fornece as leis de Taharat Hamishpachá – Pureza Familiar – que realçam o casamento; a grande importância de Shalom Bayit – a paz no lar – e como administrar um lar casher. A importância da chinuch – educação – desde a mais tenra idade. Nenhum casamento pode ser considerado como algo garantido, mas um homem e sua mulher devem trabalhar para implementar estas diretrizes e ter sucesso no casamento.

Por fim gostaria de lembrar de um episódio aparentemente cruel, mas que deve ser levado em consideração;
Lendo no Tanach - ESDRAS.10:2-3
Observamos que Sacanias filho de Jeiel, diz a Esdras; “ Nós temos transgredido contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras, dos povos de outras terras, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel, agora pois façamos aliança com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, segundo o conselho do Senhor e o dos temem ao mandado do nosso Deus; e faça segundo a Lei.”

A QUEDA DA ALMA E A FALTA DE ELEVAÇÃO ESPIRITUAL

Rabi Nachman ensinou que a impureza sexual é a mal mais evidente em cada uma das 70 nações do mundo.
Se um judeu deseja atingir um nível maior de santidade e conhecimento da Torá, ele deve resistir a tentação da impureza sexual, e da imoralidade sexual que o rodeia.

Rabi Nachman chama isso de estar mentalmente exilado de todas as 70 nações. Se alguém resiste a tentação, ele purifica e anula o mal que o mantém em seu nível atual e, ao fazê-lo, recebe o mérito de compreender os insights espirituais mais profundos, que o leva  ao próximo nível de insights que estão enraizadas nos níveis mais altos de pureza.

Podemos ver esta verdade olhando para Moshe, este, o homem mais puro que já viveu, e que foi o escolhido para ser o único a revelar a Torá e ser chamado de o Rabino de todo Israel, para todas as gerações. [Rabi Nachman acrescenta que este tipo de tentação está relacionado a fatores biológicos, tais como certos tipos de sangue encontrados no baço. Ele enumera várias formas como se pode superar esta tentação, mas isso está além do escopo desta folha e pode ser encontrado em;  I Likutai Moharan 36.

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ENTENDENDO O PORQUE O POVO DE ISRAEL FOI ENVIADO AO EGITO

Adam, para expiar seus pecados, separou-se de sua esposa por 130 anos. Durante este tempo, de acordo com a Kabalah, os shedim [demônios] o seduziu, fazendo com que sua faíscas sagradas  se espalha-se  por todo o mundo. Muitas dessas faíscas foram atraídos para o Egito, porque a própria terra, na verdade tinha a mesma energia de impureza que as faíscas. Portanto, uma vez que os judeus herdaram a missão sagrada de retificar o mundo do pecado de Adão, eles foram escravizados no Egito, a fim de recuperar faíscas de caídas de Adão.

O plano de Hashem então era dar a Torá sagrada para os judeus, de modo que primeiro tinham que purificar-se  resistindo a indecência, a imoralidade e falta de modéstia, a fim de construir uma base santa para merecer a outorga da Torá.
Portanto, era necessário que os judeus especificamente fossem para a terra do Egito, ao contrário de qualquer outra terra, porque o Egito era a mais imoral de todas as setenta nações combinadas

Ao quebrar o poder deste mal maior, a terra espiritualmente ficaria menos poluída e os judeus seriam capazes de receber a Torah.
Para conhecer a D’us é necessário disciplina e pureza sexual. Esse entendimento alegórico da história do Egito se aplica em todos os momentos e a todas as pessoas. (Lekutai Halachoth: Orach Chaim: Hilchoth Pesach 5:1)

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O SOFRIMENTO NO EXILIO E A LIGAÇÃO ENTRE OS FILHOS DE ISRAEL EO TSADIK

Embora os judeus sofressem muito no exílio egípcio, eles foram bem sucedidos em resistir a tentação da imoralidade com a exceção de apenas uma mulher que tinha relações com um egípcio.

A própria Torá atesta esse fato nos versos: "E os filhos de Israel frutificaram e multiplicaram-se e fizeram-se forte, muito, muito e a terra se encheu deles." (Êxodo 1:7)

Eles [os filhos de Israel] frutificaram e multiplicaram-se, tornando-se forte... Porque tiraram o poder espiritual da fonte sagrada de Yosef. Os Israelitas quebraram assim o poder da imoralidade do Egito resistindo a tentação sexual. Ou seja, em união com a força emanante do Tsadik eles saíram do exílio.

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“Obra realizada com a permissão de D’us, o Sagrado Abençoado Seja!”
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Fonte:http://judaismovivo.com.br/