História Chassídica:
O Menino Judeu
Pesquisa - Tradução e
adaptação:
Breslev Brasil - RJ
Para ser bem sucedido no estudo da
Torá e chegar perto de Hashem é preciso primeiro quebrar as barreiras que
bloqueiam seu caminho Antes do Baal Shem Tov revelar-se ao mundo, ele costumava
andar pelas aldeias e cidades reforçando o espírito dos judeus e encorajando-os
a rezarem e despertarem a Misericórdia para si. Ninguém sabia diante de quem ou
o que eles estavam naquele momento.
Naqueles
tempos vivia um menino judeu cujo pai e mãe haviam falecidos antes dele
completar cinco anos. Seu tio o adotou e cuidou de sua educação judaica. Não importava
quão duro o rapaz tentasse se destacar em seus estudos, ele era incapaz de
dominar até mesmo o mais simples dos assuntos. Enquanto os outros meninos de
sua idade já estavam estudando o Talmud, ele mal era capaz de dominar o Alef-Beit
(alfabeto hebraico). Aos 12, o menino foi enviado para um funileiro mestre para
aprender uma profissão. O ferreiro, um judeu piedoso, fiel, lhe ensinou os
fundamentos do seu ofício. O desejo do menino para aprender a Torá era tão
grande, que ele repetia o Alef-Beit durante seu trabalho, como os outros
artesãos que estavam acostumados a recitar Salmos ou rever a Mishna enquanto
eles trabalhavam. O garoto foi bem sucedido em seu trabalho como funileiro e
conseguiu dominar completamente este comércio. Ele estava tão avançado em
aprender seu ofício que o funileiro abriu uma loja para o menino vários anos
antes do fim do período acordado de aprendizagem do menino. O menino foi muito
bem sucedido em seu novo negócio e foi capaz de distribuir muita caridade, mas
ele estava sempre muito triste, pois ele tinha permanecido ignorante.
No devido tempo ele se casou com uma
mulher simples de uma aldeia próxima. Ele logo se tornou um homem rico, mas ele
estava incomodado com o fato dele ainda não possuir qualquer conhecimento de
Torá.
O
povo de sua aldeia se destacou no mandamento de hospitalidade. Quando um
hóspede vinha à cidade, eles gostavam de sortear para determinar quem iria
receber a honra de acomodá-lo. Uma vez, um homem doente, coberto de chagas por
todo o corpo, chegou à aldeia. Muitos foram atraídos pelo privilégio de abrigar
o convidado e o funileiro ganhou. Ele levou aquele homem infeliz à sua casa, e
deu-lhe um quarto separado, lavou-o e esfregou-o com pomadas para aliviar sua
dor. Depois de vários dias, o hóspede queria sair, mas seu anfitrião pediu-lhe
para ficar. O convidado concordou em ficar alguns dias. Antes de sua partida, o
funileiro pediu ao seu convidado para explicar o que tinha causado sua doença.
O homem respondeu que não sabia estudar o Talmud, assim como todos os seus
comentários que o acompanham. Ele jejuou extensivamente e estudou
intensivamente para chegar a seu conhecimento. Seu corpo tornou-se deficiente e
enfraqueceu até que tinha chegado a este estado atual. Dito sua história, o
convidado partiu.
O funileiro, que manteve a história
de seu hóspede em mente, decidiu fazer o mesmo. Ele jejuou e orou sozinho na
floresta. Depois de vários dias, ele ainda tinha dificuldade em dizer as palavras
dos Salmos, que ele não conseguia entender, mas mesmo assim ele orou com
lágrimas e suspiros pesados. Certa vez ele estava sentado sozinho na floresta
dizendo os Salmos, quando veio um judeu com uma mochila nas costas e uma
bengala na mão. O judeu perguntou ao funileiro por que ele estava chorando no
meio da floresta. O funileiro disse ao jovem estranho a sua história, que ele
estava aflito por ser um homem inculto, mas que um convidado dele tinha lhe
dito para jejuar e abster-se dos confortos mundanos, a fim de obter sabedoria
da Torá. O judeu o ouviu e, então, ofereceu o seu próprio conselho. Disse-lhe
que assinasse para ele sua casa e propriedade com um documento legal, para dar
todo o seu dinheiro, e para acompanhá-lo pelos os próximos três anos. Se ele
fizesse isso, então ele garantiria que o tornaria um estudioso da Torá. O jovem
aceitou a oferta do negócio estranho imediatamente, mas um homem mais velho
disse a ele para não ser tão apressado e discutir sobre o acordo com sua esposa
e sogro.
Ao
dizer ao seu sogro toda a história, ele concordou que não havia nada de mais
precioso do que o conhecimento da Torá. Mas o sogro lembrou de sua
responsabilidade de sustentar sua esposa e filhos. Como ele poderia desistir de
todas as suas posses? As palavras de seu sogro colocou sua mente em dúvidas e
agora ele não tinha certeza se ele estava fazendo a coisa certa. No entanto, sua
esposa insistiu que ele fizesse o negócio. O funileiro voltou para o
estrangeiro e ambos chegaram a um acordo. Em seguida, ambos retornaram à casa
do funileiro e descobriram que sua esposa tinha preparado uma grande festa. Ela
explicou para o estranho por que ela tinha feito essa festa luxuosa: "Eu
vejo que Hashem deseja tomar nossas posses. Há muitas maneiras em que Ele pode
fazer isso, mas Ele faz-nos uma grande bondade de tirar nossa propriedade e nos
dá a Torá em troca. Por isso preparei esta festa para comemorar esta grande
ocasião." O funileiro e sua esposa trouxeram um saco grande e encheu-o com
toda a sua prata e assinaram por todas as suas posses e bens para o
estrangeiro. Antes de o estrangeiro partir com seu marido, disse-lhe: "Vou
dar-lhe permissão para viver aqui com seus filhos como inquilinos, até que seu
marido retorne. Eis algumas batatas e você pode plantá-las para se sustentar a
partir dos frutos." Depois que eles partiram a mulher plantou as batatas e
foi capaz de sustentar-se e as crianças com o produto.
Depois
de três anos o seu marido retornou um estudioso. O funileiro, em seguida, mudou
com sua família para outra aldeia, onde se tornou rico e um sábio secreto da
Torá, tornando-se um Tzadik oculto. Quando o casal morreu, foi dado ao
funileiro um lugar no Paraíso no palácio de quem estudou a Torá, enquanto a sua
esposa foi dado um lugar correspondente no Palácio das mulheres justas. Cada
vez que seu marido era elevado a uma posição maior no Palácio do Céu, a sua
mulher também era elevada a uma posição maior no seu Palácio, anunciando que as
realizações de seu marido estavam todas em seu mérito. O estranho desconhecido
não era outro senão o Baal Shem Tov, o fundador do Chassidismo, antes que ele
se revelasse ao mundo. (Likutey Deburim).
“Obra realizada com a permissão de D’us, o Sagrado Abençoado Seja!”
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